quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pode até ser que me arrependa depois...

... mas eu preciso desabafar. Estou com raiva, e como não tenho ninguém por perto para me ouvir, vou desabafar aqui mesmo. Pode ser isso gere mais raiva depois e talvez eu apague esse post amanhã de manhã.

* * *
Por mais que se diga que o sentimento de posse não anda junto com o amor ("ame e deixe livre"), na prática não é assim - pelo menos pra mim. Eu amo e possuo, e tudo aquilo que possuo não deixo que se vá assim facilmente. Bem, disso tudo é possível tirar uma conclusão: sou ciumenta sim! Daquela pessoa por quem nutro devoção, não posso aceitar menos que devoção de volta. O peso do amor e carinho que dou tem que ser igual ao peso do amor e carinho que mereço receber. Se a balança está mais pesada para o meu lado, então meu amor e carinho são demasiados.

Mas imagine a seguinte situação e se coloque no meu lugar, ao final vocês verão que tenho razão em minha ira. Você chega em casa, depois de um dia estafante de trabalho. Cansada, sem disposição pra fazer nada, além de apertar compulsivamente o botão dos canais do controle remoto da TV. O telefone toca. Do outro lado da linha, a pessoa diz que está com saudade e que vai dar uma passada para te ver. Poxa, isso anima qualquer pessoa apaixonada! Mais do que depressa o controle é esquecido, corre ao chuveiro para tirar o cansaço, depois vem a escolha da roupa, que em outros casos seria um pijama confortável ou uma camisola fresquinha, mas tem que sensual e confortável ao mesmo tempo, do perfume, da sandália... depois de pronta, a compulsão é em ver as horas de dois em dois minutos, ou menos. Quem é que estava cansada mesmo???

A campainha toca, dou um salto e ando ligeiro para abrir a porta - já se passou muito tempo desde o primeiro encontro, mas a ansiedade continua a mesma. Sem sequer entrar no apartamento ganho um beijo molhado, depois dou espaço na porta para que entre, mas ganho outro abraço em vez disso. Depois de um outro sinal de que não vai entrar, acaba falando que está com um amigo esperando no carro porque vão à casa de outra pessoa, bater um papo, assistir um filme ou sei lá o quê, porque a essa hora já não escuto mais nada a não ser a erupção e minha raiva.

Ainda disse que ligava pra mim quando chegasse em casa, como se achasse que isso fosse o bastante. Mas o bastante pra mim é muito mais. Não me contento com migalhas de tempo, se para mim o amor teria todo o tempo do mundo. E não é que ligou, quando chegou em casa. Já havia se passado tantas horas, mais até do que costuma passar comigo normalmente, que eu nem esperava mais. Pensava que iria preferir esperar a lava vulcânica esfriar e tirar benefício da dúvida, mesmo que nunca tenha mentido pra mim. Mas então, nada. O vulcão ainda estava no ápice da erupção, com várias explosões, impulsionadas por lembranças ainda recentes de situações semelhantes.

Só espero uma coisa - e aí vai meu recado - que esse encontro com amigos e amigas, pra fazer sei lá o quê, tenha valido muito à pena, há muita lava ainda para escorrer ainda vulcão abaixo.

* * *
Eu sei que tenho razão, mas preferia realmente que não tivesse.

3 comentários:

M. Ulisses Adirt disse...

... se serve de consolo, pelo menos o texto ficou lindo...

Bárbara disse...

Poxa, Ulisses, do alto da minha raiva, não pude conter o riso diante do seu comentário. Nessas horas a gente costuma procurar aquele amigo que nunca nos contraria, mas agora você foi a única pessoa que me animou, obrigada!

M. Ulisses Adirt disse...

Fico feliz de ter ajudado. Pode me procurar sempre que precisar.