sábado, 27 de dezembro de 2008

Saudades de Diana


(La Bella Rafaella - Tamara de Lempicka)

Sinto saudades de Diana. Por isso resolvi ficar essa manhã isolada de todo mundo. Sozinha, sinto-a mais perto de mim. Levo o telefone e o sonzinho pro meu banheiro e aviso logo a todo mundo que não quero ser interrompida. Como desde a adolescência peguei a mania de tomar de vez em quando banhos prologados, ninguém estranha. Liguei no CD "Âmbar", da Maria Bethânia, e telefonei pra Diana.

Ainda estava dormindo, aquela preguiçosa! Mas me deu um bom dia bocejante, enquanto se espreguiçava, tão gostoso, que me fez ganhar o dia. Ela é tão bonita pela manhã, com os cabelos negros desgrenhados e com os olhos doidos pra pegar no sono novamente. Quando dormimos juntas, eu que sempre me acordo mais cedo, me jogo em cima dela e a encho de beijos quando isso acontece. Ela disse que sentiu falta disso e perguntou onde eu estava, depois o que eu estava vestindo e depois: - agora adivinha onde estou com a mão? - safada! aquilo me deixou molhadinha.

Enquanto falávamos ao telefone, despi a minha roupa, como ela pediu, e comecei a friccionar o clitoris com o dedo, enquanto isso ela também nua, fez um montinho com o lençol e deitou de bruços, de maneira que o montinho ficasse pressionando sua buceta. Diana sempre gostou de se masturbar assim. Ela contou que esteve ontem no meu apartamento e pegou o meu perfume e uma camisola de seda preta que ela me presenteou. Antes de dormir, vestiu a minha camisola e borrifou meu perfume nos lençóis, por isso acordou pensando que eu estava do lado dela. Aquela voz rouca, falando baixinho ao telefone, me acendeu.

- O quarto está geladinho e estou com preguiça de sair debaixo das cobertas. Está faltando você aqui pra me fazer levantar. - ela fala, relatando em seguida a maneira que costumo colocá-la de pé quando dormimos juntas nos finais de semana. Abro a necessaire e pego minha falsa escova elétrica (não é que ela não seja uma escova, mas eu não a comprei com o propósito de ver higiene bucal). Ligo e ela começa a vibrar, encosto a ponta do cabo no clitoris e continuo ouvindo a voz de Diana, descrevendo como ela gostaria de ser acordada.

Primeiro com um beijo. Mesmo com o bafo matutino, Diana nunca me negou um beijo na hora de acordar. Certo que nunca é aquele beijo em que se troca saliva, aí ninguém merece! Mas aquele monte de selinhos que fazem a gente sorrir sem se dar conta. Depois ela quer que eu continue beijando-a no pescoço e orelha, ao mesmo tempo que começo a friccionar sua buceta entre as minhas coxas. Gozo a primeira vez com a minha escova de dentes. Passo então a usar o cabo da escova para me penetrar. Na fantasia de Diana lambo seus peitos e dou mordidinhas leves nos mamilos arrepiados. Desço um pouco mais e enfio a língua no umbigo, e continuo descendo até a minha boca encontrar a sua xana.

Na minha imaginação, ela está deitada na beira da cama com as pernas abertas, sem calcinha, e com a minha camisola na cintura. De joelhos, ao pé da cama, uso a língua para brincar com o grelo. Meus olhos estão fixos nos olhos de Diana e de suas reações. Quando ela começa a se contorcer, sei que estou no caminho certo. Começo então com lambidas curtas, de baixo para cima, enquanto começo a estimular o grelo com os dedos. As lambidas ficam cada vez mais longas, até que a língua passa pelo cu. Ela estremece e eu dou atenção especial a minha parte favorita.

Diana levanta um pouco as pernas, para que o caminho fique mais fácil. Com uma das mãos, abro as polpas da bunda para deixar o buraquinho bem à mostra. Faço movimentos circulares com a língua, sentindo as preguinhas. A essa hora Diana já está gemendo alto. Enquanto continuo batendo siririca nela, faço movimentos de vai e vem tentando enfiar a língua. Tiro a escova vibradora da buceta e começo a esfregar o cabo no cu, e sinto as minhas pregas vibrarem.

Ouço a respiração de Diana ficar ofegante e geme baixinho. Chagamos ao orgasmo praticamente juntas. Saudades de você, Diana. Não vejo a hora de estar em seus braços novamente...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Fim de ano

Desculpem-me a demora para publicar novas postagens, é que esse período de fim de ano é meio complicado para mim. Meus familiares exigem a minha presença na ceia de Natal e Diana fica chateada porque aqui no Rio Grande do Norte ninguém sabe que somos namoradas.

Ela pediu paravir junto comigo, e a gente se comportaria como se fôssemos boas amigas (- Aí a gente dorme no mesmo quarto e ninguém vai incomodar... - ela disse, com um sorriso malicioso), mas não sei se Diana se comportaria direito porque ela não engole muito bem o fato de eu esconder dos meus pais a minha opção sexual, ou a falta de uma opção sexual, e também porque a Diana já aprontou cada uma comigo!!

Até eu conhecer Diana, minha vida sexual era pouco interessante. Tinha um amigo daqueles que a gente procura quando está carente e alguns eventuais namorados. Apesar de ser fissurada em pornografia - e não me envergonho disso - nunca tinha coragem para fazer ou pedir as mesmas coisas que via nos filmes. Eu já havia dado a bunda e dizem que faço um boquete gostoso, mas nunca tinha feito nada "diferente". A Diana sabia dessas minhas fantasias, todas envolvendo homens, até porque antes de conhecê-la não me imaginava numa relação homossexual, fez com que elas fossem realizadas.

Algumas dessas "surpresas" que ela preparou pra mim, tenho vergonha até de contar aqui, rsrsrsrs. Coisa de perversão mesmo, mas que foi delicioso, ah isso foi!

Diana e eu somos amantes há quase dois anos, mas isso não impediu que tanto ela quanto eu tivéssemos algumas relações sexuais com homens nesse meio tempo. O nosso conceito de fidelidade e traição é diferente do da maioria das pessoas. O simples fato de transar com outra pessoa não significa necessariamente traição, desde que o companheiro, ou companheira, esteja ciente disso. Traição é a mentira, a omissão. Diana - pelo que sei, porque, afinal, nunca se pode ter certeza - nunca fez sexo com outra pessoa sem a minha presença ou pelo menos o meu conhecimento. Se ela tivesse transado com outra pessoa e escondido isso de mim, significaria que ela teria um envolvimento emocional com aquela pessoa, e aí sim, seria traição. Eu sinto ciúmes quando vejo Diana gozar na boca de outra mulher, da mesma forma que ela sente ciúmes de quando eu transo com meu último ex-namorado antes dela. Mas somos honestas uma com a outra, isso é fidelidade.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Safo - a décima musa de Lesbos


Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.

Sinto um fogo sutil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.

Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frêmito me abala... eu quase morro... eu tremo.


Tradução: Décio Pignatari (http://primeiros-escritos.blogspot.com/search/label/Safo)

* * *

Sinto-me como Safo, a poetisa de Lesbos. Nealdo, estou longe ainda de escrever belos textos. Selene, deusa grega da Lua, atribuo a ti todas as palavras que me dirigistes.
Obrigada pelas palavras elogiosas, eu não mereço tanto.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Chegada a Lesbos


Nossa, como eu havia desejado aquilo! Mas não sabia até que ponto o meu desejo era por experimentar algo diferente ou se eu estava me apaixonando por ela. Durante o beijo, por um segundo, tive medo de não ser correspondida e de estragar nossa amizade. Fiquei constrangida, mas Diana tomou as rédeas e me beijou novamente com ardor. Suas mão escorregou do meu rosto para meus peitos. Primeiro por cima da blusa, depois afastou a alça da camiseta e tocou meu seio nu. Eu estava com muito tesão e afundava o rosto no pescoço dela, sentindo o perfume dos seus cabelos. Eu já não pensava em nada, era toda sensações. Eram marolinhas, se comparadas às ondas gigantescas de prazer que eu nem imaginava.

Ela tirou minha camiseta e se deitou por cima de mim. Beijou meus peitos, lambeu entre eles e mordiscou meus mamilos. Um homem jamais conseguiria tocar uma mulher daquele jeito, com força e suavidade ao mesmo tempo. Eu já estava quase gozando, e me entreguei totalmente às suas carícias. Beijou-me novamente na boca e depois com a ponta da língua percorreu do meu pescoço até meu umbigo, me provocando arrepios. Tirou minha calcinha, que estava encharcada.

- Quando te coloquei embaixo do chuveiro e vi sua buceta toda depilada, deu vontade de meter a língua dentro da sua racha ali mesmo, mas me contive.

Minhas pernas estavam um pouco abertas, mas ao invés de ela fazer o que tinha falado, lambeu onde a virilha encontra a coxa. Deu leves mordidinhas na minha coxa e enquanto isso eu estava aflita, ofegante, doida pra que ela metesse a boca na minha buceta. Ela parou, tirou a própria roupa e colou seu corpo nu junto ao meu. Ela encaixou uma perna entre as minhas e eu pude sentir como ela estava excitada. Beijou-me novamente e sussurou no meu ouvido: - Você é linda.

Levantou e ficou me olhando com ternura, enquanto passava as mãos nos meus cabelos. Depois foi direto na minha buceta. Portas se abrindo, e mais portas, e mais portas, e mais portas... os portais de Lesbos se abriram para mim. O orgasmo foi quase instantâneo e a sensação que tive foi exatamente essa, de portais se abrindo para novos prazeres. Nunca tinha gozado daquele jeito antes. Um gozo que se prolongava a cada toque da língua de Diana, e que parecia não acabar nunca. Se por toda a eternidade ela permanecesse chupando meu grelo, mordiscando os grandes lábios e enfiando a língua na minha buceta, meu orgasmo também seria eterno.

Beijei sua boca e senti o gosto salgado do meu gozo. Ela se tocava numa siririca, e eu afastei a sua mão. Lambi seus dedos e Diana me olhava com volúpia. Ela deitou e eu fiquei por cima. Enquanto esfregávamos a buceta na coxa da outra, eu atacava seu pescoço. Quando cheguei à orelha e dei uma mordidinha no lóbulo, ela gemeu e ficou mais molhada. Ataquei a sua orelha com gosto e ela delirava. Então ficou impaciente e suavemente empurrava meus ombors para baixo. Fiquei insegura, eu nunca tinha feito aquilo antes! E se eu não fizesse direito? E se ela não gostasse? Mas o que eu tinha que fazer era tentar.

Beijei ainda seus peitos, da mesma forma que ela havia feito comigo antes e enfiei a cara entre as pernas dela. O cheiro de buceta molhada era delicioso, tanto que fiquei um tempo apenas esfregando o rosto. Dei uma lambida e ela suspirou. Dei outra lambida longa, de baixo para cima, na extensão de toda a buceta, e ela suspirou de novo. Comecei a lamber o grelo e manuseá-lo de um lado para outro com a língua. Diana estava gostando acariciava meus cabelos. Quando senti que ela estava próximo de gozar, comecei a fazer movimentos de vai e vem com a língua dentro da sua buceta e com os dedos continuava estimulando o grelo. Ela gemeu alto e se contorceu por vários segundos. Depois me segurou pelo rosto e me beijou na boca, sentindo seu gosto.

Nos deitamos abraçadas, eu com a cabeça enconstada no ombro dela e tocando o seu seio. Nossas pernas ainda estavm entrelaçadas e começamos a nos esfregar de novo. Nos encaixamos melhor e continuamos nesse sarro por algum tempo. Ela então se levantou e se sentou de frente pra mim. Encaixamos nossas pernas de maneira que os nossas bucetas se encontraram, como se fossem duas bocas unidas num beijo. Batemos siririca uma na outra e depois de molhadas começamos a nos esfregar. É indescritível o prazer, não só pelo toque da buceta dela na minha, como também de ver o rosto de Diana desfigurado pelo prazer. Gozamos ao mesmo tempo, e então dormimos nuas, abraçadas.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Portais para Lesbos

(Ilha de Lesbos - Claude) *Se alguém tiver mais informações sobre esta tela, aceito agradecida

Sempre me refiro à minha iniciação ao lebianismo como abertura dos portais para lesbos, porque foi exatamente essa a sensação - de portas se abrindo para novos prazeres - que tive quando Diana e eu fizemos sexo pela primeira vez.

Antes de começar o relato, Diana estava comentando outro dia que esse blog não tem seguido uma linha de raciocínio e de linguagem. Ela fala de linha de raciocínio porque comecei contando a minha história e depois não voltei mais a falar dela - ficou meio chateada com o último post (pode até ser que me arrependa depois... ) disse que não era bem assim, que eu tinha razão de ficar chateada... enfim, a raiva foi cedendo aos poucos e nos reconciliamos - e de linguagem porque hora eu falo do ato sexual como sublimação, em outra hora descrevo usando termos chulos. Mas é que sou assim mesmo, é quem não é! Na hora do sexo, eu não sussuro ao ouvido dela: "- coloca o dedo no meu ânus". O que digo é: - come meu rabo; ou: - lambe meu cu.

Mas voltemos à história... eu parei na parte em que Diana e eu nos tornamos amigas. Não tardou muito para que eu soubesse que era lésbica, ou que pelo menos gostava de meninas também. Quando nossos encontros na hora do almoço se tornaram quase diários, vieram me avisar: "- cuidado que ela é lésbica", como se isso fosse alguma doença. É engraçado porque nessa época, por mais que ela não me falasse claramente sobre sua opção sexual e fosse, como continua sendo, extremamente feminina, aquilo não me surpreendeu.

Como queria confirmar se era realmente verdade ou não, falei disso no almoço. Ela reagiu de maneira muito natural:
- Mas você não precisa se preocupar, quando estiver com você não vou paquerar nenhuma outra mulher - ela disse.
Colocação estranha, não acham? Eu também achei. Percebi que havia algo subentendido na mensagem que queria dizer "não vou queimar seu filme com outros homens", mas achei que era viagem minha e deixei pra lá. Até porque durante a conversa, ela perguntou se eu me afastaria, por achar que os homens não se aproximariam de mim. Confesso que titubeei naquele momento - eu realmente estava muito decepcionada com o último cara que me envolvi (conto isso depois, quem sabe), mas não odiava os homens em geral por causa disso - mas disse que não me importava.

Por essa época, alguns colegas de trabalho cochichavam e amigos próximos vieram me perguntar se eu "havia mudado de lado", rsrsrs. Ou seja, ganhei a fama antes de ser. Talvez tenha sido isso que despertou em mim a curiosidade, ou a vontade, de experimentar esse tipo diferente de amor. Até então, nunca tinha feito nada mais ousado do que transar com o namorado com a janela aberta, sabendo que poderíamos ser observados por vizinhos do prédio ao lado. Comecei a ver vídeos pornográficos de lésbicas na internet e me imaginava fazendo o mesmo tipo de coisa com Diana, mas jamais teria coragem de admitir uma coisa dessas.

Por essa época estava próximo do carnaval, mas tudo que eu queria era tranquilidade. O nosso grupo de amigos viajou pra Recife, mas preferimos continuar em Maceió, que excetuando uns caras sem noção que exibiam a potência do som do carro com músicas de gosto duvidodo - por que é que ninguém escuta Maria Bethânia no último volume? - a cidade fica quase deserta. Chamei a Diana para passar os dias de carnaval em meu apartamento (mesmo ela passando dos 20 e muitos, ela continua morando com a mãe, que é aposentada), e nos abastecemos de filmes, bebidas e petiscos, suficientes para os quatro dias de carnaval.

Não sei se eu estava com segundas intenções com esse convite, mas estava numa fase de deixar rolar... o primeiro dia foi massa, assistimos "Amarelo Manga", e comemos yakissoba de miojo, bebemos e ficamos as duas "alegrinhas", e praticamente capotamos de sono, eu em meu quarto e ela no sofa-cama na sala. No segundo dia, Diana preparou caipirinhas e a gente escutou música dos anos 80. Como não tenho costume de beber muito, acabei passando da conta, pulei e gritei!!! músicas do Ultraje à Rigor, descontrolada, o que veio depois dá pra imaginar, né? vomitei um bocado e foi Diana que cuidou de mim. Eu apaguei, acordei deitada no sofá-cama da sala, com Diana do meu lado, comendo pipoca e assistindo "Henry e June" (pretensioso da parte dela, não?). Percebi que estava vestida diferente de antes, apenas com uma camiseta e calcinha, como costumo dormir normalmente, e Diana disse que me levou pra debaixo do chuveiro, só que eu não lembrava de muita coisa.

Ela me preparou um café forte e me deu remédio pra curar minha ressaca. Nesse meio tempo eu percebi qual era a do filme que estava rolando e fiquei paranóica em ter falado alguma "bobagem" quando estava de bebedeira, mas fiquei na minha. A dor de cabeça estava quase passando, e Diana se deitou no sofá ao meu lado. Foi para debaixo das cobertas e chegou bem perto de mim e passou o braço em volta da minha cintura. A minha cabeça estava um turbilhão, mas eu estava gostando daquilo. Até hoje não entendo porque cargas d'água eu fiz aquilo, não posso dizer que foi sem pensar, porque eu já havia imaginado aquilo um milhão de vezes, mas quando dei por mim, eu havia me virado para o lado de Diana e a beijado na boca.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pode até ser que me arrependa depois...

... mas eu preciso desabafar. Estou com raiva, e como não tenho ninguém por perto para me ouvir, vou desabafar aqui mesmo. Pode ser isso gere mais raiva depois e talvez eu apague esse post amanhã de manhã.

* * *
Por mais que se diga que o sentimento de posse não anda junto com o amor ("ame e deixe livre"), na prática não é assim - pelo menos pra mim. Eu amo e possuo, e tudo aquilo que possuo não deixo que se vá assim facilmente. Bem, disso tudo é possível tirar uma conclusão: sou ciumenta sim! Daquela pessoa por quem nutro devoção, não posso aceitar menos que devoção de volta. O peso do amor e carinho que dou tem que ser igual ao peso do amor e carinho que mereço receber. Se a balança está mais pesada para o meu lado, então meu amor e carinho são demasiados.

Mas imagine a seguinte situação e se coloque no meu lugar, ao final vocês verão que tenho razão em minha ira. Você chega em casa, depois de um dia estafante de trabalho. Cansada, sem disposição pra fazer nada, além de apertar compulsivamente o botão dos canais do controle remoto da TV. O telefone toca. Do outro lado da linha, a pessoa diz que está com saudade e que vai dar uma passada para te ver. Poxa, isso anima qualquer pessoa apaixonada! Mais do que depressa o controle é esquecido, corre ao chuveiro para tirar o cansaço, depois vem a escolha da roupa, que em outros casos seria um pijama confortável ou uma camisola fresquinha, mas tem que sensual e confortável ao mesmo tempo, do perfume, da sandália... depois de pronta, a compulsão é em ver as horas de dois em dois minutos, ou menos. Quem é que estava cansada mesmo???

A campainha toca, dou um salto e ando ligeiro para abrir a porta - já se passou muito tempo desde o primeiro encontro, mas a ansiedade continua a mesma. Sem sequer entrar no apartamento ganho um beijo molhado, depois dou espaço na porta para que entre, mas ganho outro abraço em vez disso. Depois de um outro sinal de que não vai entrar, acaba falando que está com um amigo esperando no carro porque vão à casa de outra pessoa, bater um papo, assistir um filme ou sei lá o quê, porque a essa hora já não escuto mais nada a não ser a erupção e minha raiva.

Ainda disse que ligava pra mim quando chegasse em casa, como se achasse que isso fosse o bastante. Mas o bastante pra mim é muito mais. Não me contento com migalhas de tempo, se para mim o amor teria todo o tempo do mundo. E não é que ligou, quando chegou em casa. Já havia se passado tantas horas, mais até do que costuma passar comigo normalmente, que eu nem esperava mais. Pensava que iria preferir esperar a lava vulcânica esfriar e tirar benefício da dúvida, mesmo que nunca tenha mentido pra mim. Mas então, nada. O vulcão ainda estava no ápice da erupção, com várias explosões, impulsionadas por lembranças ainda recentes de situações semelhantes.

Só espero uma coisa - e aí vai meu recado - que esse encontro com amigos e amigas, pra fazer sei lá o quê, tenha valido muito à pena, há muita lava ainda para escorrer ainda vulcão abaixo.

* * *
Eu sei que tenho razão, mas preferia realmente que não tivesse.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Portais para Lesbos - Diana

(Cena de Yelow Submarine, dos Beatles - "Lucy in the sky with diamonds")

Os portais de lesbos se abriram para Diana a partir de um "inocente" menáge a trois, como ela costuma dizer. Ela já havia feito sexo a três antes, tanto com casal quanto com dois homens, e que já tinha trocado carícias com mulher, mas nada que a empolgasse tanto. Mas teve um dia que estava na casa de um casal de amigos, que a convidaram cheios de segundas intenções - Diana não é como eu, ela já se libertou há muito tempo - quando começou a ser seduzida pela mulher.

Depois de um tempo, e de todos nús, Diana tentou se aproximar do homem, mas ele afirmou que a transa seria somente entre ela e a mulher. Ele apenas assistiria a tudo. Ela conta que na hora chegou a perder a empolgação, mas o olhar de tesão dirigido pelo cara, que se masturbava lentamente, fez com que ela caísse de boca na esposa dele. Diana conta que nos primeiros minutos só agiu com a intenção de provocar o tesão no cara, por isso mantinha os olhos fixos nele enquanto transava com a esposa. Mas depois começou a curtir o toque feminino no seu corpo e gozou loucamente, ela não sabia se por causa da mulher ou do cara que as observava.

Diana conta que sentiu uma sensação de poder quando fez a outra mulher gozar em sua boca e o homem que sequer chegou a tocar. Depois desse dia, ela e o casal se encontraram ainda muitas vezes, e ela acabou desenvolvendo uma relação afetiva com os dois. Mas o casal era aventureiro e começou a querer fazer coisas diferentes, e Diana acabou sendo deixada de lado. Depois dessa experiência, ela conta que passou a sentir mais prazer com mulheres que com homens.

- Quem melhor para dar prazer a uma mulher senão outra mulher? - ela costuma dizer. - Uma mulher que sabe quais os pontos que proporcionam o próprio prazer também sabe como tocar outra mulher, sabe apertar sem machucar e sabe machucar só um pouquinho para proporcionar mais prazer. O beijo é mais doce e o toque mais carinhoso. Com homens, o sexo pode ser selvagem, animalesco (sem tirar os méritos disso, às vezes também é muito bom), pode ser apenas o sexo pelo sexo. Com mulheres, o sexo é sempre mais do que as sensações biológicas do orgasmo, é sublimação.

* * *
OBS: A ilha de Lesbos realmente existe (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lesbos). Eu achava que tudo não passava de uma lenda até ver na televisão uma matéria em que os moradores dessa ilha, que faz parte da Grécia, foram à justiça pedir para que as mulheres homossexuais não fossem mais chamadas de lésbicas, nome que designa as nascidas na ilha. Desculpem o trocadilho infame, mas não me agüento. Tudo isso porque os homens da ilha (lésbicos???) têm medo de terem que se acabar na mão, sem conseguir distinguir as lésbicas por nascença das lésbicas por opção sexual. kkkk.

domingo, 7 de dezembro de 2008

: : Momento a duas : :


Em vez de seguir uma linha cronológica e contar agora como Diana e eu nos tornamos amantes, faço aqui um parêntese para contar um momento nosso. Com a devida licença de Diana, lógico. Aqui do meu lado ela dorme, e como é bonita na brancura quase azul de sua pele, contrastando com a negrura do cabelo, e fica ainda mais bela depois de amar.

* * *
Um bom vinho português e Maria Bethânia. Os ingredientes necessários para uma noite perfeita. Na sacada do apartamento para a praia de Jatiúca, sinto como se nada mais existisse no mundo. A conversa, que inicia com amenidades: um novo filme em cartaz, um caso engraçado ocorrido com um amigo em comum, uma lembrança de infância, e por aí vai... A medida que as taças vão esvaziando, nos tornamos o assunto da conversa.

Como quem não quer nada, ela escorrega um pouco da cadeira e coloca um dos pés apoiado na cadeira em que estou sentada, entre as minhas pernas. Me olha nos olhos e dá um sorriso enigmático de Mona Lisa, estamos em silêncio e no som toca:

"Tá tudo aceso em mim
Tá tudo assim tão claro
Tá tudo brilhando em mim
Tudo ligado
Como se eu fosse um morro iluminado
Por um âmbar elétrico
Que vazasse dos prédios
E banhasse a Lagoa até São Conrado
E ganhasse as Canoas
Aqui do outro lado
Tudo plugado
Tudo me ardendo
Tá tudo assim queimando em mim
Como salva de fogos
Desde que sim eu vim
Morar nos seus olhos"
(Maria Bethânia - Âmbar/ Letra: Adriana Calcanhoto)

Percebo as suas intenções e afasto ainda mais as pernas. Seu pé avança por dentro do meu vestido e me toca por cima da calcinha. Ela toma um gole de vinho e pressiona o pé e esfrega os dedos na minha buceta. Deixo escapar um gemido e tento me levantar para retribuir o carinho. Ela pede para eu continuar sentada.

- Quero ver a sua cara de prazer - ela fala, voltando a pressionar a minha buceta.

Bebo de uma vez só o restante do vinho em minha taça e fecho os olhos, me entregando aos seus carinhos. Quando abro novamente, ela está com uma cara safada, com uma das mãos dentro do short que vestia tocando uma sirica. Tento me levantar novamente e ela não deixa. Levanta a perna e eu ponho o seu pé em minha boca. Chupo cada um dos dedos, sentido meu cheiro que a umidade da calcinha deixou, e ela suspira quando eu enfio a língua entre eles.

Dou especial atenção ao dedão, deixo-o bem molhado. Afasto a calcinha para o lado e coloco o pé da Diana de volta na minha vagina. Seguro seu tornozelo e esfrego os dedos no meu grelo. É ela então que fica apressada, mas eu faço um gesto negativo com a cabeça e ela permanece no lugar. Introduzo o dedão na minha buceta, e são os olhos dela que reviram. Enquanto o dedo mais grosso fica fodendo a minha buceta, os menores estimulam meu grelo e em pouco tempo eu já estou gozando.

Vamos para o chão ali mesmo na varanda, e alcanço uma almofada para ela encostar a cabeça. Volto a lamber seu pé, sentindo o gosto do meu gozo. Ela se entrega totalmente. Com a ponta da língua, percorro toda a planta do pé, mas ela sente cócegas e eu volto aos dedos. Beijo a ponta de cada um e passo a língua no peito do pé até encontrar a pulseirinha do tornozelo, com um pingente de pérola. Ela geme enquanto eu mordisco toda a extensão de sua perna, principalmente quando chego à parte interna de suas coxas.

- Aqui é desconfortável, vamos para o tapete - e seguimos para a sala.

Ajudo-a a se despir das roupas e também tiro as minhas. Ela se deita e eu volto a lamber e dar leve mordidinhas em suas coxas, deixando marcas na pele branca. Ela fecha os olhos e serpenteia, com a buceta molhada. Seguro suas mãos entre as minhas, para impedir que ela se toque e deito por cima do seu corpo, uma das pernas entre as delas. Nos beijamos demoradamente, com lábios moles e línguas entrelaçadas, enquanto ela se esfrega na minha perna.

Com movimentos circulares, lambo seu pequeno seio e o vermelho mamilo entumescido. Desço com a ponta da língua pelo seu tronco e ela estremece quando chego ao umbigo. Permaneço por ali por algum tempo, até que ela, impaciente, delicadamente empura a minha cabeça para baixo. Sugo os grandes lábios juntos, e beijo, como se fosse uma boca. De baixo para cima, lambo toda a extensão da sua buceta e ela geme baixinho. Chupo seu grelo e meu nariz fica em contato com o pequeno tufo de pêlos. Aspiro aquele aroma e a olho nos olhos, que rolam quando a minha língua entra dentro a sua buceta. Afasto os pequenos lábios e dou lambidas rápidas, alternando com batidinhas no grelo.

Diana perde então toda a doçura. Geme alto e esfrega a buceta contra meu rosto. Ela levanta de repente e suas faces estão vermelhas, o cabelo desgrenhado. Me agarra e me dá um beijo na boca, bebendo do seu próprio gosto. Eu já sei o que ela quer. Deito no chão de barriga pra cima e ela senta com a buceta em cima do meu rosto. Dou estocadas com a língua na sua buceta enquanto ela faz vibrar meu grelo com os dedos.

Gozo novamente e ela chupa nos dedos o meu suco. Ela permanece sentada na minha cara e começa a rebolar. Fico apenas com a língua parada, ela faz movimentos cada vez mais rápidos até gozar na minha cara. Mesmo assim não sai de cima, só pára um pouquinho encostando o cu na minha língua e olha pra mim mordendo o lábio inferior.

Coloco-a de quatro, com uma das mãos ela abre a bunda para deixar à mostra o botãozinho rosado. Deixo cair um pouco de saliva no rêgo, que escorrega lentamente até o cuzinho. Faço movimentos circulares com a língua e ela tenta olhar pra trás. Introduzo o dedo na buceta dela ao mesmo tempo em que forço com a língua na portinha do cu. Ela solta um gemido forte e se contorce toda. Alterno lambidas rápidas no cuzinho enquanto dedilho o clitoris e soco o dedo na buceta. Ela goza violentamente, gemendo alto. Depois deita ao meu lado com respiração ofegante e me beija docemente.

* * *
Hum, relembrar essa história toda me deixou com sede de Diana. Ela continua dormindo tão tranqüilo aqui ao meu lado que não tenho coragem de acordá-la. Acho que vou voltar para debaixo das cobertas e abraçar por trás seu corpo nu, e me afogar no perfume dos seus cabelos...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Diana de Bárbara

(Francois Clouet - O banho de Diana)

Diana é uma chama azul. Apesar do aspecto frio, é surpreendentemente quente. Essa dicotomia foi o que me chamou a atenção quando a conheci. De longe me surpreendeu a brancura da sua pele, um pouco mais de perto não pude deixar de reparar algumas veias verdes fininhas que subiam pelo seu colo. O aspecto era de uma pele fria e úmida, mas o toque no seu rosto quando fomos apresentadas era quente, muito quente mesmo. Achei até que ela estava febril. Não sei o que ela tem, mas a temperatura do seu corpo é mais alta que o normal. Em qualquer momento que você a tocar, sentirá a pele quente. Ela se diverte com isso, e me fala ao ouvido que sua temperatura interna é ainda maior, quando às vezes me pego colocando a mão em sua testa, para ver se está com febre.

Na mitologia, Diana é a deusa virgem da lua e da caça (http://pt.wikipedia.org/wiki/Diana_(mitologia)), para mim ela foi - e continua sendo - a desvendadora dos meus mistérios. Foi com ela que percebi a primeira vez quantas máscaras tenho sobre a minha verdadeira face, que hoje ainda não estou preparada para conhecer. "A verdade pode ser terrível, mas é sempre mais bela", ela fala, em algumas ocasiões em que tento me esconder.

É uma mulher muito feminina, de longos cabelos castanhos e que adora vestir branco. Tem voz doce e às vezes meio cantada e arrastada, deixando clara as suas raízes alagoanas. Nos conhecemos em uma boate, apresentadas por amigos em comum alguns anos atrás. Ela me causou forte impressão, pelo que já falei antes, mas não tivemos oportunidade de conversar. Acabei indo embora um pouco depois, talvez porque estivesse bêbada. Eu odeio me embebedar, mas naquela época eu estava passando por uma desilusão amorosa, e nesses momentos qualquer pessoa acaba passando dos limites.

A amizade entre a gente só começou tempos depois. Uma mudança de emprego a fez trabalhar próximo ao meu escritório, e um dia eu estava almoçando sozinha num restaurante próximo, quando ela chegou e perguntou se podia se sentar na mesma mesa. Então passamos a nos encontrar freqüentemente na hora do almoço. E depois em outros horários e nos finais de semana. Ela se tornou minha confidente e me aconselhava a superar a separação

domingo, 30 de novembro de 2008

Bárbara & Diana

(23 de agosto de 2006)
"Minha gêmea, minha alma, sei que você é arredia à declarações precipitadas, que “amor não se fala, se cala com um beijo”, como você gosta de dizer. Mas hoje estava lendo O Banquete, de Sócrates, escrito por Platão. Nesse diálogo, Sócrates dá uma definição de amor: olhar nos olhos do outro e ver sua própria imagem refletida. A interpretação dada por ... a essa sentença é de que através do outro nos vemos como pessoas melhores do que realmente somos, como se a visão apaixonada do outro fosse a nossa própria. Assim, não existe amor que não seja correspondido. Então, mesmo que você não me diga nada nem me cale com um beijo (como sonho com isso!) sei que você me ama, porque o meu amor por você não tem tamanho."

(19 de setembro de 2006)
"As suas palavras iluminaram o meu dia. Se soubesse, antes de encontrar com você, que ontem seria um dia tão especial, nem sei o que faria. Ah, Bárbara, minha Bárbara... 'vamos ceder enfim à tentação das nossas bocas cruas/ e mergulhar no poço escuro de nós duas'. Lembro e relembro os momentos que passamos juntas. Nunca um simples tocar de mão teve tanto significado pra mim. (...) Sentir suas mãos sobre as minhas e o seu olhar de ternura me dá força para enfrentar tudo, desde que esteja ao seu lado."

(22 de dezembro de 2006)
"Bárbara minha, a distância entre nós me faz viver o lado terrível do amor. Não queria admitir, mas estou com ciúmes de você. Fui eu mesma que te deu força para que nessas férias você reservasse alguns dias para visitar sua família, mesmo sabendo que você não me levaria junto. Compreendo que você não está preparada para me apresentar aos seus pais (...) só que fico insegura por saber que, mais do que nunca, você está perto de pessoas do seu passado. (...) Tenho medo que você não queira mais voltar pra mim. (...) Desculpa tudo aquilo que te falei, não fique chateada comigo, foi tudo por ciúmes, por favor atenda as minhas ligações. Preciso falar com você, urgente. Assim que você ler essa mensagem, ligue pra mim. Não importa que horas sejam do dia ou da noite. Preciso ouvir você dizer: serei sempre sua Bárbara. Ligue logo, por favor. Desde agora estou te esperando."

(04 de fevereiro de 2007)
"Não posso deixar de sentir que você sente vergonha de mim. Como desde o começo prometemos uma a outra que a honestidade e sinceridade viriam acima de tudo, estaria sendo falsa com você se escondesse o meu desconforto. Estou muito chateada por ter respondido ao ... que está solteira e que não pretende se amarrar a ninguém. Então, eu sou o quê? Vi a maneira como ele ficou olhando pra você depois que disse aquilo e tenho certeza que depois ele vai te convidar pra sair. Já não basta ter que guardar segredo de todo mundo sobre nós, de acariciar sorrateiramente a sua mão quando a minha vontade é de te beijar na boca? Você não precisava mentir dizendo que está disponível, ou será que está e eu não sei?"

(14 de junho de 2007)
"Mal vejo a hora de sair da cidade grande e ter você em meus braços. Estou planejando nosso fim de semana com todo o carinho, para que tudo saia perfeito. A cidade de ... é pouca coisa além de uma vila de pescadores, com certeza não encontraremos nenhuma pessoa conhecida. Poderemos andar de mãos dadas e dormir no mesmo quarto. Ninguém vai achar que somos mais do que boas amigas (...) Quero sua face rosada e o seu corpo bronzeado. Vou percorrer com a língua toda as linhas da marquinha do sei biquini (...)"

(02 de novembro de 2007)
"Quero te fazer uma proposta indecente: vamos fugir no próximo fim de semana! Vamos dar uma de turistas e nos hospesdar num hotel caro, numa suíte de frente para o mar. Quero fazer amor contigo sob o luar e colher com a boca a espuma das ondas de seu gozo. Só de pensar nisso, já sinto as ondas se formarem em meu íntimo. Sua Diana está sedenta do seu amor."

Eis alguns trechos de mensagens que recebi, via menseger, telefone ou e-mail. Essas fraes enchem meu coração de ternura e paixão, por isso quis dividi-las com vocês.

sábado, 29 de novembro de 2008

A Bárbara do Chico - I

"Duas Mulheres Correndo" - Pablo Picasso

(Diana) Bárbara, Bárbara
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás
Meu amor, vem me buscar

(Bárbara) O meu destino é caminhar assim
Desesperada e nua
Sabendo que no fim da noite serei tua

(Diana) Deixa eu te proteger do mal, dos medos e da chuva
Acumulando de prazeres teu leito de viúva

(As duas) Bárbara, Bárbara
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás
Meu amor vem me buscar

(Diana) Vamos ceder enfim à tentação das nossas bocas cruas
E mergulhar no poço escuro de nós duas

(Bárbara) Vamos viver agonizando uma paixão vadia
Maravilhosa e transbordante, feito uma hemorragia

(As duas) Bárbara, Bárbara
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás
Meu amor vem me buscar

(Chico Buarque e Ruy Guerra -1972, para a peça Calabar)

* Nessa peça, quem contracena com Bárbara é Anna, sua amante, mas eu troquei o nome por Diana porque em dias belos ela pega o violão e cantamos juntas essa música. Há também outra música do Chico que também fala de Bárbara, mas ela vai ficar pra depois.

Bárbara na Ilha de Lesbos

Antes de qualquer coisa, preciso me apresentar. Não me chamo Bárbara nem estou (lógico) fisicamente na Ilha de Lesbos. Talvez depois eu conte meu nome verdadeiro, mas por enquanto vocês me conhecerão como Bárbara, como me batizou a minha Diana, desde que cantou pra mim a música homônima do Chico Buarque. A Diana, que vocês irão conhecer depois, é que me serviu de guia pelas águas mornas das sensações nunca antes sentida e me abriu os portais para Lesbos.

Com o que está dito aí em cima, vocês devem estar achando que eu sou lésbica. Pois bem, vocês estão errados e certos ao mesmo tempo. Nos meus trinta e poucos anos de vida só me relacionei com homens até conhecer Diana. Depois de conhecê-la, há dois anos e meio, tive ainda alguns relacionamentos com homens, que me deram prazer, mas como não eram Diana, não me levaram à plenitude. Nunca me apaixonei por outra mulher que não fosse Diana, por isso tenho dúvidas quanto à minha sexualidade. E quer saber, deveria não ser necessário ter certeza sobre isso.

É essa incerteza que me leva a esconder meu verdadeiro nome. Por mais que diga para mim mesma que não importa que juízo à sociedade faz de mim, não consigo me convencer que superarei os olhares hipócritas de pessoas que se dizem “pós-modernas”, e livres de preconceito, quando na verdade consideram inferior tudo aquilo que são diferentes deles mesmos. Sei que isso é muito mesquinho, mas ainda não estou preparada para isso.

Aqueles que são meus amigos, me reconhecerão nessas palavras. Não preciso de apresentação, embora não tenha nada de especial, nem beleza, nem inteligência, nem simpatia. Para os demais, posso dar algumas pistas: nasci numa cidadezinha do Rio Grande do Norte, onde estão alguns dos poucos (e bons) amigos e há seis anos trabalho e moro em Maceió, Alagoas. Ou seja, saí de um lugar onde as pessoas têm a consciência estreita e fui para outro também de pessoas com mentalidade também estreita.

Sei que alguns dos que me conhecem vão chiar com isso, mas em todas as pessoas que conheci mais intimamente descobri algo em comum: todo mundo possui um aspecto da personalidade que tenta esconder da sociedade; alguns tentam esconder até de si mesmos. Decidi começar esse blog exatamente por causa disso. Estou cansada de manter uma máscara, fingindo ser uma pessoa que não sou, só para não ser rechaçada por minhas escolhas. Quero me libertar.