domingo, 14 de dezembro de 2008

Portais para Lesbos

(Ilha de Lesbos - Claude) *Se alguém tiver mais informações sobre esta tela, aceito agradecida

Sempre me refiro à minha iniciação ao lebianismo como abertura dos portais para lesbos, porque foi exatamente essa a sensação - de portas se abrindo para novos prazeres - que tive quando Diana e eu fizemos sexo pela primeira vez.

Antes de começar o relato, Diana estava comentando outro dia que esse blog não tem seguido uma linha de raciocínio e de linguagem. Ela fala de linha de raciocínio porque comecei contando a minha história e depois não voltei mais a falar dela - ficou meio chateada com o último post (pode até ser que me arrependa depois... ) disse que não era bem assim, que eu tinha razão de ficar chateada... enfim, a raiva foi cedendo aos poucos e nos reconciliamos - e de linguagem porque hora eu falo do ato sexual como sublimação, em outra hora descrevo usando termos chulos. Mas é que sou assim mesmo, é quem não é! Na hora do sexo, eu não sussuro ao ouvido dela: "- coloca o dedo no meu ânus". O que digo é: - come meu rabo; ou: - lambe meu cu.

Mas voltemos à história... eu parei na parte em que Diana e eu nos tornamos amigas. Não tardou muito para que eu soubesse que era lésbica, ou que pelo menos gostava de meninas também. Quando nossos encontros na hora do almoço se tornaram quase diários, vieram me avisar: "- cuidado que ela é lésbica", como se isso fosse alguma doença. É engraçado porque nessa época, por mais que ela não me falasse claramente sobre sua opção sexual e fosse, como continua sendo, extremamente feminina, aquilo não me surpreendeu.

Como queria confirmar se era realmente verdade ou não, falei disso no almoço. Ela reagiu de maneira muito natural:
- Mas você não precisa se preocupar, quando estiver com você não vou paquerar nenhuma outra mulher - ela disse.
Colocação estranha, não acham? Eu também achei. Percebi que havia algo subentendido na mensagem que queria dizer "não vou queimar seu filme com outros homens", mas achei que era viagem minha e deixei pra lá. Até porque durante a conversa, ela perguntou se eu me afastaria, por achar que os homens não se aproximariam de mim. Confesso que titubeei naquele momento - eu realmente estava muito decepcionada com o último cara que me envolvi (conto isso depois, quem sabe), mas não odiava os homens em geral por causa disso - mas disse que não me importava.

Por essa época, alguns colegas de trabalho cochichavam e amigos próximos vieram me perguntar se eu "havia mudado de lado", rsrsrs. Ou seja, ganhei a fama antes de ser. Talvez tenha sido isso que despertou em mim a curiosidade, ou a vontade, de experimentar esse tipo diferente de amor. Até então, nunca tinha feito nada mais ousado do que transar com o namorado com a janela aberta, sabendo que poderíamos ser observados por vizinhos do prédio ao lado. Comecei a ver vídeos pornográficos de lésbicas na internet e me imaginava fazendo o mesmo tipo de coisa com Diana, mas jamais teria coragem de admitir uma coisa dessas.

Por essa época estava próximo do carnaval, mas tudo que eu queria era tranquilidade. O nosso grupo de amigos viajou pra Recife, mas preferimos continuar em Maceió, que excetuando uns caras sem noção que exibiam a potência do som do carro com músicas de gosto duvidodo - por que é que ninguém escuta Maria Bethânia no último volume? - a cidade fica quase deserta. Chamei a Diana para passar os dias de carnaval em meu apartamento (mesmo ela passando dos 20 e muitos, ela continua morando com a mãe, que é aposentada), e nos abastecemos de filmes, bebidas e petiscos, suficientes para os quatro dias de carnaval.

Não sei se eu estava com segundas intenções com esse convite, mas estava numa fase de deixar rolar... o primeiro dia foi massa, assistimos "Amarelo Manga", e comemos yakissoba de miojo, bebemos e ficamos as duas "alegrinhas", e praticamente capotamos de sono, eu em meu quarto e ela no sofa-cama na sala. No segundo dia, Diana preparou caipirinhas e a gente escutou música dos anos 80. Como não tenho costume de beber muito, acabei passando da conta, pulei e gritei!!! músicas do Ultraje à Rigor, descontrolada, o que veio depois dá pra imaginar, né? vomitei um bocado e foi Diana que cuidou de mim. Eu apaguei, acordei deitada no sofá-cama da sala, com Diana do meu lado, comendo pipoca e assistindo "Henry e June" (pretensioso da parte dela, não?). Percebi que estava vestida diferente de antes, apenas com uma camiseta e calcinha, como costumo dormir normalmente, e Diana disse que me levou pra debaixo do chuveiro, só que eu não lembrava de muita coisa.

Ela me preparou um café forte e me deu remédio pra curar minha ressaca. Nesse meio tempo eu percebi qual era a do filme que estava rolando e fiquei paranóica em ter falado alguma "bobagem" quando estava de bebedeira, mas fiquei na minha. A dor de cabeça estava quase passando, e Diana se deitou no sofá ao meu lado. Foi para debaixo das cobertas e chegou bem perto de mim e passou o braço em volta da minha cintura. A minha cabeça estava um turbilhão, mas eu estava gostando daquilo. Até hoje não entendo porque cargas d'água eu fiz aquilo, não posso dizer que foi sem pensar, porque eu já havia imaginado aquilo um milhão de vezes, mas quando dei por mim, eu havia me virado para o lado de Diana e a beijado na boca.

2 comentários:

Anônimo disse...

Grata pela visita ao blog Cassilda. Passe sempre por lá! =)

Raisa disse...

Que linnnda..
estou com os olhos cheios d'agua *-*