terça-feira, 28 de abril de 2009

***AMORES ÉBRIOS***


* * *

Abro um parêntese no relato que iniciei abaixo para falar de um evento literário/musical que vai acontecer aqui em Maceió na próxima semana. Um dos participantes é meu amigo virtual Bruno Ribeiro, a quem peço licença para copiar os versos de sua autoria:

"Amores ébrios" não é um poema

Serão

versos de propaganda...

dias, horas... cores acontecendo...

poetas numa cidade de esquecimentos

Mas um lugar resiste
e não este: terreno

"Amores ébrios" de dentro...

(aguardem...)



Sinopse:

Dando continuidade à série de eventos lítero-musicais CAFÉS, ARTES & ARTEIROS, o grupo Arteiros Caetés, em parceria com a livraria Livro Lido, promove três performances poéticas: AMORES ÉBRIOS, em que dialogam algumas das novas vozes da literatura produzida hoje em Alagoas (Brisa Paim, Bruno Ribeiro, Igor Brasa, Milton Rosendo e Nilton Resende); HÓSTIA, na qual Nilton Resende expõe poemas de seu livro O Orvalho e Os Dias; e FRAGMENTOS NO VAZIO, com Cláudia Helena Tavares dando voz a poemas de Cecília Meireles. As performances serão permeadas de números musicais de diversos compositores como Erik Satie, Fernando Brant, Francisco Tárrega, Igor Brasa e Milton Nascimento, interpretados por Sivanrley Menezes, Cia iLtda e Carlos Freixo.

O espaço:

A Livro Lido conta com bar e cafeteria e, além do seu acervo de livros, comercializa filmes, vinis e cds.

Evento:

CAFÉS, ARTES & ARTEIROS

Quando:

7 e 8 de maio, às 18h

Onde:

Livraria Livro Lido

Rua Sá e Albuquerque, 390, Jaraguá

(fone: 32212790)

Descrição:

7/5 – performance lítero-musical Amores Ébrios, com textos de Brisa Paim, Bruno Ribeiro, Igor Brasa, Milton Rosendo e Nilton Resende.

Arranjo Musical: Cia iLtda, com participação especial de Carlos Freixo (Portugal)

Participação: atriz Fátima Farias.

8/5 – performances poéticas:

Hóstia, com Nilton Resende: poemas próprios; direção Nilton Resende

Fragmentos no vazio, com Cláudia Helena Tavares (Penedo-AL): poemas de Cecília Meireles; direção Lúcia Prata

Arranjo Musical: Cia iLtda e Sivanrley Menezes

Entrada franca

Contatos:

Bruno Ribeiro – 91279095 / 99471172

Igor Brasa – 8104-3574

Nilton Resende – 88030016 / 91131720


Para quem estiver na cidade por esses dias, vale à pena conferir, principalmente porque eventos desse tipo são muito difíceis de acontecer. Esses caras e moça tem coisas belas a dizer...

sábado, 25 de abril de 2009

O amigo - I



Por que é que passamos tanto tempo pensando e sofrendo por pessoas que não merecem a nossa companhia, e não temos tempo para estar com aquele amigo que nos faz passar momentos tão alegres? O ser humano é um bicho esquisito mesmo, e às vezes não muito racional, como nesse caso. Ou talvez o problema seja eu, que sou uma amiga desnaturada, mas estou tentando melhorar.

Eu não tenho muitos amigos, embora mantenha uma relação cordial e superficial com muita gente no trabalho, na vizinhança e na academia. Apesar de passar momentos agradáveis com essas pessoas, sempre mantive uma distância de todas elas. Converso sobre o trabalho, o clima, uma receita gostosa que apareceu na televisão, as notícias, tiro uma brincadeira e até falo de mim e da minha família, mas só por alto, assim como também evito me envolver com a vida dessas pessoas. Mas tenho alguns poucos e bons amigos, que ouvem meus problemas e paranóias, me vêem chorar e me aconselham. Hoje quero falar sobre um deles em especial, P., que não via desde o ano passado.

A gente se encontrou por acaso no último sábado numa livraria. Aí veio aquelas cobranças de sempre: "Você nunca mais me ligou!", "Pois é, você também não", e também abraço e beijos afetuosos. Conversamos sobre livros e por causa dele eu comprei A revolução dos bichos, de George Orwell, e eu recomendei Os filhos da meia-noite, de Salman Rushdie, que não tinha na loja. Como ambos tínhamos assuntos diferentes para resolver, marcamos de nos encontrar mais tarde, em um barzinho próximo à casa onde ele mora.

No final da tarde, quando nos reencontramos, ele cheirava a cravo e tinha os cabelos ainda molhados. P. já sabia do fim do meu namoro com Diana e me disse que a encontrou junto de umas pessoas bem diferentes das quais costumávamos andar. Entre as histórias ilárias que ele relata, contei pra ele como foi que tudo acabou e de como tenho oscilado entre a solidão e a liberdade.

A conversa aos poucos mudou de rumo e chegou ao tema sexual. Ele perguntou se sou mesmo "100% lésbica", aí eu expliquei pra ele que desde que conheci Diana não me relacionei com outros homens. No decorrer do papo percebi que ele estava a fim de transar comigo. Realmente ele foi chegando pelas beiradas até que perguntou se eu não sentia mesmo tesão por homem.

-Não sei. Você está a fim de me testar? - falei.

Ele ficou sem jeito, mas disse que já havia "imaginado" estar entre Diana e eu numa cama. Foi logo explicando que não era uma fantasia marchista:

- Não é que eu queira mostrar que sou o fodão, capaz de satisfazer duas mulheres ao mesmo tempo e ainda convencer duas lésbicas a gostarem de homem. É que acho mesmo muito excitante duas mulheres se pegando, e você e Diana são tão lindas... não pude resistir.

- Mas você não me respondeu, quer me testar ou não?

Ele botou uns olhões arregalados para cima de mim e perguntou o que eu estava realmente propondo para ele. Eu respondi que a fantasia que incluía Diana estava um pouco difícil de acontecer, mas eu estava ali.

Ambos estamos disponíveis, por que não? Tanto ele quanto eu estávamos cientes dos nossos sentimentos um pelo outro, então partimos para um motel. E não é que na hora fiquei tímida? Estava excitada mas não sabia o que fazer. Quando fechei a porta da suíte, ficamos alguns constrangedores segundos nos olhando em silêncio até que eu disse que gostaria de tomar uma chuveirada antes, e segui para o banheiro.

Eu já estava quase arrependida de ter ido para lá. Entrei no chuveiro de costas para o janelão que dava para o quarto, por isso não percebi quando ele se aproximou. Nu, P. entrou de repente no banheiro, me empurrou contra a parede. Segurou com força a minha nuca enquanto me dava um chupão no pescoço, com a outra mão, foi invadindo o meu clitoris. No susto, tentei até me desvencilhar, mas então o tesão tomou conta de mim.

Segurei o rosto dele em frente ao meu e lhe beijei na boca. Ele continuou batendo uma siririca um pouco desajeitada, mas eu sentia crescer o pau dele pressionado contra minha barriga - ele é uns 10 centímetros mais alto que eu. Segurei sua mão e mostrei para ele como gosto de ser tocada, com dois dedos massageando o clitoris com movimentos circulares com uma pressão não muito forte. P. aprendeu direitinho e percebeu pelos meus gemidos o momento em que tinha que movimentar os dedos mais rápido e com mais força. O orgasmo me tirou o fôlego, mas mesmo assim peguei sua mão e lambi o mel nos seus dedos, depois o beijei na boca para compartilhar o sabor.

Enxugamos nossos corpos e fomos para a cama. Vendo aquele pau duro na minha frente, a minha primeira vontade foi de chupar, mas P. não deu tempo. Ele pensou que como fazia tempo que eu não transava com um homem, ele tinha que "caprichar" nas preliminares para evitar que eu desistisse no meio do caminho, como me contou depois. Fez com que eu deitasse estendida sobre a cama e me beijou. Seus beijos continuaram pelo meu queixo e pescoço. Com as duas mãos, ele juntou meus seios e lambeu o vale formado entre eles.

Colocou os dedos na entrada da minha boceta e depois levou-os à boca. Voltou a esfregar meu clitoris enquanto sugava meus seios, um após o outro. Percebendo a minha excitação, começou a foder minha boceta com o dedo. Quando eu estava quase gozando pedi para ele me penetrar. Ele logo botou a camisinha, e eu falei que queria sentar no cacete dele. P. se recostou nos travesseiros e eu me ajoelhei de frente com cada perna de um lado do corpo dele. Botei o cacete na entrada da minha boceta e desci devagar, sentindo centímetro a centímetro o pau invadir meu corpo.

Comecei a fazer os movimentos de sobe-desce lentamente, enquanto com uma das mãos eu estimulava o meu clitoris. Num primeiro momento, P. ficou apenas "assistindo", mas pouco depois me segurou pela cintura e começou a fazer movimentos fortes. Eu me inclinei para a frente e deixei meus seios ao alcance de sua boca. Coloquei-me de quatro e ele começou a meter, enquanto eu batia uma siririca. Gozei sentindo as mãos dele me puxando pelo quadril. Nessa mesma posição, ele continou metendo até gozar.

Ele deitou ao meu lado e me beijou. Mesmo exausto, passou as mãos em meus cabelos e perguntou se havia me desapontado. Respondi que foi ótimo e me aconcheguei no peito dele. Fiquei ouvindo seu coração recuperar o fôlego enquanto ele me fazia cafuné.

* * *

Continua...

terça-feira, 7 de abril de 2009

A estagiária

"Femme a la colombe", Tamara de Lempicka

Passei esse tempo sem escrever porque queria entender o que está acontecendo comigo. Não sei se é o começo de uma boa amizade ou de uma paixão. Acho que não estou preparada para me apaixonar de novo, ainda mais por uma menina heterossexual e bem mais nova que eu.

Há pouco mais de um mês, essa estudante universitária passou a estagiar na empresa que trabalho. Ela não é a primeira estagiária que aparece por lá, mas desde o primeiro momento eu senti afeto por ela, talvez por causa do interesse em aprender, ou pela insegurança no agir, me fazendo lembrar a mim mesma no começo da carreira. Acabei me tornando uma espécie de tutora dessa estagiária, porque sempre explico pacientemente todas as dúvidas que ela tem.

Isso fez com que nos tornássemos mais próximas. Almoçamos juntas algumas vezes, ela falou sobre seus planos para o futuro e sobre o namorado. Eu me mantive reservada sobre minha vida pessoal, porque tudo o que eu não queria era falar de Diana, mas contei as dificuldades que passei quando vim de Natal para cá, sem conhecer quase ninguém. Mas como corria à boca pequena que esse meu relacionamento com Diana era mais que simples amizade, talvez ela suspeite, não sei.

Ao final do expediente, depois que já terminei as tarefas e estou organizando a mesa, atualizando a agenda ou verificando algo que preciso fazer no dia seguinte, gosto de ligar uma música baixinho. Na semana passada, eu estava ouvindo Yamandu Costa. Ela não conhecia o som do violonista e eu ofereci meus fones para ela ouvir melhor o som do meu computador. Foi então que veio absurdo: convidei-a para vir ao meu apartamento e eu lhe apresentaria outros discos do Yamandu.

Não sei porque eu fiz isso, até hoje tento entender. Eu podia simplesmente dizer que iria gravar para ela os discos que tenho. Pensei que ela fosse ignorar o convite, mas na quarta-feira ela me perguntou se ainda estava de pé, porque naquele dia não teria aula na faculdade e o namorado havia viajado. E eu disse que sim.

Foi uma noite ótima. Yamandu Costa, Paulinho da Viola, Amália Rodrigues, um cabernet sauvignon El Portillo e o ótimo humor da estagiária fizeram com que me divertisse como há muito tempo não acontecia. Quando ela foi embora, deixou fantasias em minha cabeça.

Ela é uma mulher solar, de cabelos castanhos claros e face um pouco bronzeada. Os óculos envelhecem um pouco o rosto de menina, e eu gostei dos lábios cobertos apenas por um gloss transparente. Deve ter gosto de fruta o beijo dela. O pescoço longo convida a longos beijos, e depois que ela se foi, já na madrugada, deixou impregnado em mim um cheiro de cravo, denunciando as últimas notas do seu perfume.

Não quis ir tomar banho logo, preferi ficar sentindo ainda a presença do perfume dela - estou lendo "O Perfume", de Patrick Sussekind, talvez seja por isso eu esteja tão atenta aos cheiros. De olhos fechados, imaginei o quão macio poderia ser o toque das mãos dela em meu corpo. O gosto de fruta de seus lábios molhados, com a língua fazendo movimentos moles e cadenceados dentro de minha boca. Sem pressa e com as bocas ainda coladas, desnudando e descobrindo o corpo uma da outra. Os seus pequenos seios alvos, quase juvenis, devem trazer uma pinta próximo a areola rosada, que se arrepia entre meus lábios.

Em um ambiente perfumado com especiarias, tudo aconteceria de muito devagar, como se fosse em câmera lenta, e com o silêncio interrompido apenas por susssuros e fracos gemidos. Nuas e sentadas de frente uma para a outra, nossos corpos trocam calores enquanto eu saboreava o sabor de sua pele.

Colocava a pequena sentada sobre minhas pernas cruzadas de costas para mim. Acomodaria a cabeça sobre meu ombro, deixando sua orelha, pescoço e colo ao alcance da minha boca. Escorregaria as pontas dos dedos pelas laterais do seu tronco para sentir sua pele arrepiar. Cobriria todo o seio com uma das mãos, e com a outra desceria pelo corpo até sentir uma penugem úmida e depois até a molhada fenda.

Levaria então os dedos à boca, para sentir seu gosto. Voltaria a estimular o clitoris até sentir seu corpo ondular sobre o meu. Ela se deitaria sobre a cama e eu me colocaria entre suas pernas abertas. O primeiro toque de minha língua faria sua boceta estremecer, mas depois se ofereceria como flor desabrochada e pistilo avermelhado para eu colher seu nectar. Empurrando delicadamente minha cabeça entre suas pernas para eu colher mais fundo e mais fundo o seu mel.
Acabei a noite batendo uma siririca no banheiro e depois outra na cama até que adormeci.

domingo, 5 de abril de 2009

Resposta


(Tamara de Lempicka)


Eu gostaria de responder diretamente ao destinatário, um nobre e católico (digo isso sem ironia) advogado, que fez uma análise pessoal sobre este blog e as histórias que contei aqui. Mas como o comentário dele não veio com endereço para que eu pudesse mandar a resposta, e como no próprio texto ele deixa entrever que posso divulgar suas palavras, então resolvi usar esse espaço para responder ao que ele disse sobre o BIL.

Para entender a história toda: recentemente fiz um comentário no blog do advogado, em que ele opina sobre política local e nacional, e a partir daí ele visitou o meu e fez as considerações a seguir.

Bárbara, li o seu blog com atenção. Não é recomendado para menores de 18 anos, é certo; tampouco para quem está na quaresma e deseja se santificar. Mas o seu texto é muito bem escrito, sem dúvida. Muito bom gosto, sensualidade, criatividade... Parabéns. Você não está se desnudando, mas a personagem que você criou para a internet - e pouco importa que sejam suas as experiências vividas, elas se apresentam por meio de uma personagem que lhe encobre a face e as vergonhas todas - lhe mostra em belas e tórridas cenas. Há uma mulher em chamas. Há também uma mulher carente, profundamente carente. Bem, esse e-mail é de caráter pessoal. Mas você faz o que quiser com ele. Preferia que ficasse só para você, mas ao apertar o enter, foi ele para o mundo, como dizia a poesia de Pessoa. Pertence agora à destinatária.

Antes de qualquer coisa, preciso dizer que considero que toda crítica é construtiva, com exceção daquelas que tem o objetivo de depreciar aquele que é criticado. Assim, apesar de não concordar com tudo do que está escrito aí acima, agradeço pelas palavras do advogado. Se ele se deu ao trabalho de comentar o que achou do blog, é porque ele sentiu algum tipo de afeto (bom ou mau) por mim, então meu agradecimento é a mínima retribuição que posso oferecer, afinal ninguém se dá ao trabalho de ler algo que considera pouco interessante ou simplesmente insensato, não é mesmo?

Ele tem razão quando fala que não é recomendável que menores de 18 anos leiam o que tem aqui. No banner do Blogger, no alto da página tem o link Sinalizar blog, em que qualquer leitor pode clicar para classificar o blog como impróprio. Quando comecei a fazer relatos picantes, sabia que a qualquer hora, quando fosse entrar na página, estaria o aviso lá, dando a opção para a pessoa entrar ou não na página. Bem, até agora ninguém clicou. Mesmo assim vou colocar um aviso na parte superior do blog.

Novamente entro na discussão do anonimato, esse pseudônimo que criei tem sim a finalidade de esconder a minha face no mundo real, em compensação, mesmo assim estou me desnudando. Com o nome de Bárbara, posso dizer o que não falaria de jeito nenhum como ****. Mas quem não cometeu atos, ou apenas desejou coisas inconfessáveis? Este blog é meu diário, como tantos outros que já cultivei, e fico lisonjeada quando qualificam como bem escrito e de bom gosto. Nem todos acreditam na veracidade do que é dito aqui, acho que por não conhecerem o meu rosto, mas eu não posso pegar ninguém pelo ombro e dizer: é verdade, viu? Cada pessoa acredita no que lhe apetece.

Não se trata de simples pudor, mas é muito difícil ser diferente. O que muita gente qualifica como doença, safadeza, falta de caráter ou promiscuidade, na verdade é algo normal, e é isso que tento mostrar quando escrevo relatos tórridos. Assim como um homem e uma mulher se apaixonam e se amam, pode acontecer o mesmo com duas mulheres, ou dois homens, mesmo que seja contra a natureza ou religião. Embora a pessoa possa optar se vivencia ou não uma paixão homossexual, não pode simplesmente optar por não sentir essa paixão pela pessoa do mesmo sexo. Isso independe da vontade.

Se sou carente de valores morais... bem, creio que meu modo de pensar ou agir não prejudica ninguém. Preciso sim sentir que sou uma boa pessoa – por isso fico contente com a atenção dos leitores desse blog – apesar de ser “diferente” do que a sociedade prega como normal. De amor eu sou carente. É triste a pessoa ir deitar toda a noite e levantar toda a manhã sem ter uma paixão que conduza sua vida. Sinto falta de um afago na hora de dormir, da alegria espontânea só por estar próximo da pessoa amada e de saber que sou fonte do sorriso de alguém.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Encontro inesperado


Ela me viu e fez que não viu.
Eu a vi e também desviei o rosto.
Mas eu sei e ela sabe,
Nossos corações bateram em agonia.

Eu sabia que mais dia ou menos dia isso iria acabar acontecendo, frequentamos os mesmos lugares e temos alguns amigos em comum, mas eu não esperava que nossa reação fosse assim. Fui almoçar no shopping, e enquanto caminhava olhando as vitrines, vejo Diana descendo as escadas rolantes bem na minha frente.

Nossos olhos se cruzaram por uma fração de segundo, mas o suficiente para que nós duas percebêssemos o efeito que esse encontro inesperado causou em ambas. Estremeci, mas virei as costas e entrei na loja que estava na minha frente. Depois de perguntar o preço de uma peça qualquer, me voltei para fora e não a vi mais.

Em flashback lembrei de vários momentos bons e ruins que tivemos juntas. Mas apesar do meu coração ter batido mais forte, estou convicta de que nossa história acabou. Estaria mentindo se dissesse que não sinto saudades, tem noites que a cama parece grande demais, mas uma vez que ela saiu de minha casa não existe mais retorno.

Não acredito nesses relacionamentos que vão e voltam, porque se não dar certo da primeira vez, na segunda as chances são ainda menores. Diana é passado.