terça-feira, 15 de setembro de 2009

PALAVRA DE MULHER



Vou voltar
Haja o que houver, eu vou voltar
Já te deixei jurando nunca mais olha para trás
Palavra de mulher, eu vou voltar
Posso até
Sair de bar em bar, falar besteira
E me enganar
Com qualquer um deitar
A noite inteira
Eu vou te amar

Vou chegar
A qualquer hora ao meu lugar
E se uma outra pretendia um dia te roubar
Dispensa essa vadia
Eu vou voltar
Vou subir
A nossa escada, a escada, a escada, a escada
Meu amor eu, vou partir
De novo e sempre, feito viciada
Eu vou voltar

Pode ser
Que a nossa história
Seja mais uma quimera
E pode nosso teto, a Lapa, o rio desabar
Pode ser
Que passe o nosso tempo
Como qualquer primavera
Espera
Me espera
Eu vou voltar

*  *  *

Aconteceu tanta coisa nesse meio tempo, que nem vale à pena falar. O que posso dizer é que houve momentos em que o blog ficou de lado porque eu tinha tanto para viver, e em outros, porque eu já não podia mais conviver com ele.

O que importa é que o pior já passou. Hoje estou mal apenas por não ter respondido a tantas mensagens que pediam notícias minhas e que queriam saber a razão do meu sumiço. Desculpe-me amigos, existe períodos que é necessário parar tudo para colocar a vida em ordem.

Depois de ficar tanto tempo off, agora queria voltar em grande estilo - tirei fotos minhas com esta intenção - mas não sei ainda quando é que vou poder voltar a postar com frequência, porque dentre todos os problemas, meu computador está em estado de coma profundo, e não sei se ele vai voltar algum dia.

Mas quanto a mim, "palavra de mulher, eu vou voltar".

Beijos a todos,

Assim que puder, respondo aos e-mails pendentes

Ah, a canção acima é do Chico Buarque e a imagem faz parte do acervo do Pequenos Delitos (http://pd.tumblr.com/page/17)

domingo, 28 de junho de 2009

De olhos bem fechados


Quando meus olhos estão fechados, meu corpo se abre para outras sensações.

Eu nunca gostei de ficar no escuro - e esse é só um item da minha lista de medos bobos - até mesmo na hora de dormir, e nem com a cabeça coberta gosto de ficar. Então quando Diana propôs me amarrar na cama e me vendar, não fiquei muito empolgada. Esse lance de não ter controle sobre uma situação me deixa um pouco nervosa, tanto que para realizar essa fantasia, ela deixou que eu assumisse primeiro a condição de dominadora.

Isso aconteceu da outra vez e não lembro se já contei essa história aqui, mas na semana passada foi a vez dela de cobrar o outro lado da moeda, poder fazer o que quiser comigo sem eu enxergar ou poder reagir de qualquer forma. Eu não queria, mas Diana estava tão empolgada que não tive como dizer não.

Com uma echarpe, prendeu meus dois braços juntos na cabeceira e usou cintos para amarrar minhas pernas separadas nas laterais da cama. Nessa hora eu já havia ficado um pouco tensa, por isso ela não vendou meus olhos logo. Antes derramou um pouco de óleo de essência de sândalo e espalhou sobre meu corpo com as mãos. O toque escorregadio, a massagem em meus seios e as mordidinhas na orelha dissiparam a minha tensão em segundos. Diana aquecia as mãos esfregando uma na outra e depois deslizava-as no meu quadril, cintura e seios.

Encarando-me com olhos perversos, abaixou a cabeça e pude sentir sua língua tocar de leve meu clitoris. Meu corpo arrepiou. Ela voltou para me beijar a boca, compartilhando meu gosto. Diana sabia que a essa hora eu já estava completamente rendida. Só então pegou uma máscara de dormir e vendou meus olhos.

Ouvi seus passos se afastarem, mas apesar de ela avisar que já voltava, não pude deixar de ficar um pouco nervosa. Se ela fosse ao banheiro, levasse um escorregão e desmaiasse, o que seria de nós? Eu tentava olhar em volta por uma pequena fresta de luz que entrava pela máscara e forcei os braços, mas eles estavam bem presos, até demais.

Então senti algo molhado subindo pela minha barriga. A primeira reação foi um susto tremendo, mas era Diana, que havia voltado sem fazer barulho. Essa foi apenas a primeira de uma série de sensações. Num momento eu sentia cócegas nos pés ao mesmo tempo que sua língua passeava por minha orelha. Em outro parecia que centenas de mãos tocavam várias partes do meu corpo ao mesmo tempo.

Doce tortura. Suas unhas arranhavam minha cintura, seus cabelos pousavam sobre meu rosto e eu sentia sua língua em meus mamilos. Mesmo sem me tocar a boceta, gozei com as mordidinhas e lambidas em minha orelha. Logo depois sinto seus dedos em minha boca e quando eu lambo, surpresa, era o gosto dela e não o meu.

Diana colocou os seios em minha boca e foi descendo lentamente, enquanto eu sentia o cheiro de sua pele passando por cima de mim. Depois, quando seu corpo se aproximou mais do meu rosto, foi o cu que ela me ofereceu para degustar. Mas pouco tempo depois eu não podia mais, um vibrador encostado ao meu clitoris provocou espasmos em meu corpo. Nem bem recuperei o fôlego, ela cobriu minha boca e o nariz com sua boceta.

Eu estava fora de mim. Queria usar as mãos, queria envolvê-la com meu corpo, por isso foi torturante - dessa vez no mal sentido - não conseguir me mexer. Diana se deitou por cima de mim, e eu ouvia os gemidos de seu orgasmo. Ela então desatou minhas pernas de braços e eu ataquei. Joguei-a na cama e encaixei as minhas pernas entre as dela. Nossos púbis se beijaram, se confundiram, se esfregaram, até que juntas expandimos em gozo.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Cala a boca, Bárbara

(Gustave Courbet - The Sleepers)

Seria um fim de tarde esplendoroso, aquele sábado dia 30 de maio, se o barulho da cidade e suas pessoas não estragassem a paisagem. Ansiosa por nosso reencontro, cheguei meia hora adiantada. Sentei no nosso banco, onde tantas vezes tentávamos fechar os ouvidos (e o nariz) para a cidade e enxergar apenas a areia, o mar, o céu. Desde que Diana me visitou quando eu estava doente, as lembranças de nossos momentos passaram a ter outras cores, tudo estava envolto numa atmosfera de ternura. Cheguei a conclusão de que havia me apaixonado de novo quando senti uma mão fria me tocando o ombro. Diana deu a volta no banco e sentou-se ao meu lado. Depois de alguns segundos de silêncio e de olhar para o infinito, ela se virou para mim:

- Não seria bom que aqui fosse um lugar deserto agora? - disse sorrindo e estendendo os braços em minha direção. A frase era a mesma que eu ouvia em momentos especiais, mas o descompasso do seu coração que pude sentir durante o abraço era totalmente novo. Meu coração também acelerou e minhas lágrimas molharam seu ombro.

Ficamos um tempão conversando sobre banalidades. Elogiei seu novo corte de cabelo, bem moderno e diferente do cabelão comprido que ela tinha quando estávamos juntas. Ela falou que depois de nos separarmos, por várias noites sentia a sensação como se eu estivesse acariciando seus cabelos. Disse que assim como eu precisei tirar as almofadas da minha sala, ela precisou cortar os cabelos na tentativa de se desvencilhar.

Apesar de não nos tocarmos em público, havia eletricidade entre nós. Como dois imãs com pólos invertidos, nossos corpos ansiavam por se aproximarem, mas Diana soube conter seus impulsos. Às vezes, apenas tocávamos de leve na mão, e um arrepio percorria todo o meu corpo.

Conversamos sobre nossos erros e sobre dar uma nova chance. Ela disse que se sentia sufocada e como se já não tivesse mais as rédeas de sua vida. Eu falei de minha frustração, por achar que ela não gostava tanto de mim quanto eu merecia. No caminho para o meu apartamento, chegamos à conclusão que o maior erro de todos foi morar juntas, não estávamos preparadas para isso.

Não lembro sobre o que eu falava quando chegamos ao apartamento. Mas eu dizia alguma coisa enquanto passava a chave na porta.

- Cala a boca, Bárbara! (bem assim, usando Bárbara, ao invés de meu nome "real") - e eu esqueci de tudo.

Ela sabe dos caminhos dessa minha terra *
No meu corpo se escondeu, minhas matas percorreu
Os meus rios, os meus braços
Ela é minha guerreira nos colchões de terra
Nas bandeiras, bons lençois
Nas trincheiras quantos ais - ai!

Cala a boca - olha o fogo!
Cala a boca - olha a relva!
Cala a boca, Bárbara

Num segundo, nossas bocas e nossos corpos estavam colados. O interruptor da razão desligou e eu era apenas pele... e arrepio.

No momento seguinte nossas roupas estavam no chão e meu corpo estava sobre o dela, em cima do sofá. Com as pernas entrelaçadas, eu ondulava os quadris, enquanto sentia suas mãos deslizarem sobre meu corpo e seus dedos procurarem meu cu. Nossos mamilos entumescidos se tocavam e enquanto eu lambia a orelha dela e bebia seu perfume. Suspirava em seu ouvido, dava mordidinhas no lóbulo e lambia o contorno de baixo para cima, sentindo ainda o gosto de seu perfume. A aceleração dos movimentos de sua pelve e as unhas mais enterradas na minha pele era um prenúncio. Na confusão de braços, pernas, fluidos, saliva, nossas almas derreteram.

E a noite estava apenas começando.

É engraçado o sexo entre a gente. Parece que quanto mais sacia, mais fome dá. Fomos para debaixo do chuveiro que esquentou ainda mais o clima. Diana me segurou com firmeza contra os azulejos, e de seu corpo escorria em mim a água quente do chuveiro. Ela me deu um beijo louco, sugando minha língua, mordiscando meus lábios e lambendo na direção do meu pescoço.

Derramei sabonete sobre meu corpo e me esfreguei nela para ensaboar. Friccionava com força os dedos no seu clitoris, arrancando espasmos do seu corpo. Virei-a de costas para mim e continuei me esfregando em nela. Enchia uma de minhas mãos com seu seio enquanto os outros dedos a penetravam, até que ela gozou em minha mão e com a cabeça encostada sobre meu ombro.

Diana então fez o mesmo comigo. Usou mais sabonete para se esfregou em mim. Colocou-me encostada contra a parede e me alucinou usando os dedos, enquanto me olhava diretamente nos olhos. Seus dedos mexiam sem regra sobre meu clitoris, enquanto a outra mão tentava alcançar meu cu. O orgasmo veio de maneira tão violenta que me senti no limiar de desmaiar, de morrer, sei lá. Tive de tirar sua mão de entre minhas pernas à força para poder recobrar o fôlego.

Ela sabe dos segredos que ninguém ensina
Onde guardo meu prazer, em que pântanos beber
As vazantes, as correntes
Nos colchões de ferro ela é minha parceira
Nas campanhas, nos currais
Nas entranhas, quantos ais - ai!

Cala a boca - olha a noite!
Cala a boca - olha o frio!
Cala a boca, Bárbara

Quando estávamos saindo do banho, a comida chinesa chegou. Diana puxou minha toalha, me deixando nua na sala e disse para eu ir atender a porta. É uma fantasia minha, atender nua um entregador de comida. Não para fazer alguma "coisa". Só para ficar olhando para a cara dele enquanto eu agia com naturalidade. Nunca tive coragem para fazer isso e há alguns meses passamos a ter mais um porteiro no horário noturno, então normalmente é um deles que vem trazer as encomendas. Peguei o roupão e fui receber a comida.

Depois de jantar fomos para a cama. A televisão ligada sequer recebeu a nossa atenção. A minha fome de Diana não parecia ter fim. Voltamos a nos beijar com sofreguidão e logo já estávamos nuas novamente. Ela deitou do lado contrário da cama, de lado, oferecendo sua coxa como apoio, fiz o mesmo que ela, e um 69 delicioso coroou e nossa noite.

Foi duro e ao mesmo tempo foi muito legal vê-la indo embora depois de tudo isso. Eu queria acordar no dia seguinte com ela, mas ela insistiu em ir embora, "para o bem de nossa relação". Fiquei feliz.

* * *
A canção é de autoria de Chico Buarque e Rui Guerra, os grifos são meus e indicam a mudança nos pronomes (na canção eles são masculinos)

Perdão

Desculpa mais um sumiço - acho que vocês já estão meio acostumados com isso, não é?

Mas dessa vez a culpa foi da internet porcaria que eu tinha aqui em casa, que vivia caindo e me tirava a paciência. Cancelei a assinatura e só depois fui em busca de outra que oferecesse um serviço melhor, acessando a web apenas do trabalho.

Daqui para a frente não tenho mais desculpa para ficar longe do blog. Se as postagens demorarem, a culpa será totalmente minha mesmo, ou da preguiça que tenta me puxar de volta para a cama em manhãs chuvosas como esta.

Mais tarde tem um post novinho falando sobre uma novidade antiga: Diana e eu reatamos, e isso foi há quase duas semanas. Eu já havia escrito alguma coisa enquanto estava offline, mas preciso dar uma olhada no texto de novo para não escorregar no português. Já expulsei a preguiça da cama e vou fazer isso agora.

Volto já.

PS: amigas e amigos que aguardam respostas de mensagens enviadas para meu e-mail. As respostas virão em seguida do próximo post.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Centelhas


Eu tinha razão, mesmo sem deixar rastros, Diana sempre esteve por aqui. Depois que ela leu a verdade sobre as almofadas, resolveu me telefonar. Ficou chateada e disse que aquilo era a "gota d'água" e que sempre detestou a minha mania de ficar "imaginando coisas" por trás dos seus gestos. Ela despejou isso e mais um monte de coisas ao telefone, sem me dar chances para me explicar. Pedi para conversar com calma e como ela está viajando à trabalho, marcamos de nos ver no final de semana. Apesar da voz contrariada dela, passei o dia inteiro com um sorriso por dentro.

Lembrei agora de uma briga que a gente teve muito tempo atrás, antes mesmo de a gente morar juntas. Diana nunca se conformou por eu não ter "saído do armário" e ficava muito chateada porque eu evitava seus afagos em público. Para ela, eu devia admitir para todo mundo que sou lésbica e tapar os ouvidos para o preconceito. Só que isso não é tão fácil assim. A gente saiu uma noite e ela ficou de pilequinho (eu sempre quis escrever de pilequinho, como Dalton Trevisan em "A Polaquinha") e queria ficar me beijando na frente de todo mundo, por isso eu quis voltar para casa mais cedo.

Chamei-a num canto para conversar e ela disse que se eu quisesse, que voltasse para casa sozinha, e assim eu fiz. No dia seguinte, ela chegou cedinho no apartamento, ainda furiosa comigo e dizendo que nem aproveitou o resto da noite nem conseguiu dormir depois disso. Como eu havia dormido nua, estava toda embrulhada no lençol enquanto ela brigava comigo, e estava agoniada porque sempre que saio da cama, meu destino sempre é o banheiro para fazer xixi.

- Espere aí que eu volto já - eu disse.

- Vai aonde? - disse, puxando o lençol e me deixando nua no meio da sala.

Antes que eu pudesse me responder, ela me agarrou.

Enquanto sua língua penetrava na minha, me empurrava até a parede. Usou o joelho para separar as minhas pernas, enquanto segurava meu cabelo e forçava a minha cabeça para trás. Ela começou a morder meu pescoço e tudo que eu conseguia fazer era roçar minha boceta na calça jeans que ela continuava vestindo. Enquanto sugava meus mamilos, pressionou suas unhas compridas contra minha bunda.

Aqueles toques rudes me machucavam um pouco, mas o tesão era incontrolável. Poucas vezes me senti assim em toda a minha vida. Eu já estava completamente molhada sem sequer tocar o clitóris. A cada vez que ela arranhava a minha bunda, chegava mais perto do meu cu. Até que enfim ela enfiou o dedo lá dentro. Aí realmente doeu porque não havia lubrificação, e então passou a me bater uma siririca. Diana, que ainda estava completamente vestida, queria me castigar... pelas minhas expressões, ela percebia quando meu orgasmo estava se aproximando, então parava de friccionar os dedos no meu clitóris e enfiava no meu cu, além de amassar meus peitos com a outra mão.

Chegou um momento que eu não estava me aguentando mais e acabei gozando com um dedo enfiado no cu. Gozei tanto que cheguei a molhar um pouco a calça que ela vestia - achei que era um pouco de xixi e fiquei sem graça na hora, mas Diana achava que eu havia ejaculado! até hoje eu tenho minhas dúvidas - mas pelo menos isso serviu de pretexto para eu tirar a roupa dela.

Ela deitou no chão, levantou os quadris e eu comecei a lhe fazer sexo oral. Comecei de cima para baixo, com as costas da língua e cheirando seus ralos pêlos pubianos que começavam a nascer. É gostoso o cheiro que sai quando a boceta começa a molhar. Eu tratei de deixá-la ainda mais molhada, sugando os grandes e pequenos lábios ora juntos, ora separado. Beijei, como se fosse uma boca e então Diana resolveu mudar de posição. Eu fiquei deitada no chão, e ela de quatro em cima de mim. Sentou esfregando a boceta em minha cara enquanto voltava friccionar meu clitoris. Botei a língua para fora o máximo que pude, enquanto ela pulava como se estivesse sobre um pau.

Não demorou muito tempo até que ela gozasse e então deitou sobre meu corpo, abraçando as minhas pernas estendidas. Depois de recobrar o fôlego, levantou só um pouco e começou a lamber minha virilha. Eu tentava abrir as pernas, mas ela continuava segurando-as juntas e estendidas no chão enquanto desenhava minha virilha com a língua enquanto eu me debatia de prazer e tentava me desvencilhar.

Quando por fim ela me soltou, foi para sentar diante de mim, colocando as suas pernas entre as minhas e encostando sua virilha na minha. À medida que movíamos os quadris, nossos clitoris eram friccionados. Nossos sucos se misturaram e quando comecei a gozar não sabia se o que estava me dando mais prazer era meu próprio orgasmo ou se era o de Diana que gozava também.

Nem preciso dizer que depois não havia sobrado mais nenhuma raiva, não é? kkkkkkk

* * *

Nossa, depois de relembrar tudo isso tive que dar uma parada para "render uma homenagem" aos bons e velhos tempos. Espero e vou fazer de tudo para que eles retornem (viu Diana?), porque tão ou mais gostoso do que nossas transas era dormir abraçada e acordar no outro dia ao seu lado. Acho que merecemos uma nova chance.

domingo, 24 de maio de 2009

Sobre encontros inesperados e almofadas


(Gustav Klint - Woman friends)

Mesmo contra a minha vontade, logo vários amigo ficaram sabendo que eu estava doente. Eu sempre gostei de receber bem as pessoas no meu canto, com o ambiente bem iluminado e levemente perfumado, as coisas em ordem (não arrumadas porque nunca nunca consegui deixar o apartamento totalmente arrumado), as janelas abertas e aperitivos. Mas nos primeiros dias, eu não tinha forças pouca coisa além de ficar zapeando pelos canais da TV.

Minha mãe ainda ficou uma semana cuidando de mim e fez um bolo que lá no RN é chamado de cocada baiana, porque mais grossa que a camada do bolo é a cobertura que é feita de cocada molinha, com raspas grossas de coco (meus olhos reviram só de lembrar!), que fez sucesso entre quem apareceu lá em casa, entre elas uma visita inesperada: Diana.

Foi estranho tanto para mim quanto para ela estar lá em casa novamente. Percebi que ela observou s móveis mudados de lugar e a ausência das almofadas vermelhas, em forma de rosas, que ela havia me dado, e que não estavam mais no sofá da sala. Para mim, a sensação era de que já fazia tanto tempo que ela esteve aqui pela última vez, que parecia até que o nosso rompimento não passava de um sonho. Eu não sentia mais raiva ou remorso, mas também não era a mesma pessoa que havia convivido com ela.

Diana me tocou com suas mãos frias e o beijo que me deu no rosto durou um milésimo de segundo a mais do que um simples cumprimento amistoso. Fiquei um pouco apreensiva no começo – minha mãe nunca soube que eu namorei outra mulher – mas Diana tratou de deixar o clima ameno. Até que no meio da conversa perguntou pelas almofadas que havia me dado de presente, mas antes que eu falasse qualquer coisa, minha mãe respondeu.

- Aquelas almofadas lindas? Lavei, porque estavam com cheiro de mofo. Elas estão penduradas para secar.

Na hora, o rosto de Diana se iluminou. Adivinhei que ela estava pensando que eu havia me livrado das almofadas e ficou feliz quando soube que eu as tenho. Mas o que ela não sabia, e vai ficar sabendo agora, porque Diana é a única pessoa que conhece (ou melhor, tem certeza) da real identidade dessa pessoa que vos fala (tem muita gente que acha que conhece, e até que pensam que sou homem, rsrsrsrs). Bem, o que ela vai ficar sabendo agora é que o presente que me deu tava mofando no fundo do guarda-roupa e foi idéia da minha mãe resgatá-lo de lá. Eu havia guardado porque queria afastar de mim qualquer objeto que me lembrasse ela. Mas isso já passou.

Por um momento, minha mãe nos deixou sozinhas, enquanto atendia um telefonema do meu pai no outro quarto. Ela segurou minhas mãos entre as dela e pensei que ela fosse falar alguma coisa, pensei que eu fosse falar alguma coisa, mas ficamos em silêncio, até que ouvimos os passos da minha mãe retornando. Então tive certeza, algumas coisas não acabaram.

* * *

Não sei se devia estar falando essas coisas porque, como já disse, Diana pode ler isso aqui. Pode ser que esses pequenos sinais que percebi não signifiquem nada, pode ser que ela fique chateada por saber que o retorno das almofadas para o sofá foi obra de minha mãe. Já faz mais de uma semana que isso tudo aconteceu e não nos falamos mais, desde então. Mas eu espero que uma pequena centelha do que já passamos permaneça viva nela, porque em mim ainda existe. É isso que estou sentindo agora.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Recuperação

(Lord Frederick Leighton -Flaming June)

Bem, antes de qualquer coisa quero agradecer a todas as palavras de melhoras e encorajamento que recebi nessas semanas de ausência. Fiquei feliz de receber tanto carinho e atenção (dá até vontade de ficar doente de mentirinha, só para continuar sendo paparicada, rsrsrs).

Mas falando sério porque estresse não é brincadeira não. Fazia tempo que eu vinha sentindo esgotamento físico, só que eu não dava atenção para o que estava acontecendo comigo. No meio do expediente do trabalho vinha aquele cansaço tremendo que só de ver a pilha de coisas para fazer eu tinha vontade de chorar. Aí eu tomava um energético e conseguia terminar tudo. Deixei a academia e faz tempo que não caminho na orla, justamente por causa do cansaço. Mas quando chegava no final de semana, a última coisa que eu queria era ficar dormindo, sempre tinha assuntos domésticos ou pessoais para resolver, tinha vontade de andar por aí e encontrar os amigos para tomar uma taça de vinho, então eu tomava mais energéticos.

Red bull me deu asas, mas depois me derrubou do alto. A bebida disfarçava os sintomas da estafa e a minha imunidade ficou baixíssima. Resultado: fiquei doente de um monte de coisas de uma vez só, virose, anemia e até gastroenterite, que acabou me colocando numa cama de hospital. No primeiro dia eu não estava a fim de contar a ninguém para evitar preocupação à tôa. Mas é tão triste ficar no hospital sozinha, me senti a mais abandonada das criaturas.

Liguei para a minha mãe, e ela veio voando para cuidar de mim. Ela abdicou do farto almoço de comemoração ao Dia das Mães em família lá na minha terra para ficar comigo. Chorei tanto quando a vi comendo um sanduíche que havia comprado na lanchonete do hospital e nem presente eu tive tempo de comprar antes de ficar doente...

Quando voltei para casa, recebi um monte de recomendações médicas para evitar qualquer atividade que gerasse ansiedade. Acredita que ele me proibiu de navegar na internet?! Argumentei até que o médico falou: "viva menos virtualmente e viva mais realmente". Quando fiquei mais forte passei a fazer alguns passeios, tomar água de coco e ficar contemplando o mar. E voltei a navegar também, mas bem menos que antes. Fiz comentários em alguns blogs, mas não tinha muito o que escrever aqui. Como eu disse antes, minha vida ainda está suspensa.

Já estou bem melhor, mas ainda preciso ter cuidado com a alimentação por causa da anemia. Volto ao trabalho na segunda-feira e prometi a mim mesma que vouo desacelerar. Não vou cometer os mesmos erros que me deixaram de cama, não posso ser mais tão agregadora, tenho que aprender a dizer não quando tiver trabalho demais para cumprir. Não posso carregar o mundo inteiro em minhas costas, como eu vinha fazendo.

Ainda não respondi a nenhuma das mensagens me desejando melhoras, mas prometo que vou responder a todas nos próximos dias. Sintam-se todos abraçados por essa blogueira que ainda está meio doente, mas que promete não passar tanto tempo sem dar notícias.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Vida suspensa

Não tomei chá de sumiço, mas tenho mesmo passado muito tempo na cama - infelizmente não da "melhor" maneira, hehehe.

O estresse do trabalho suspendeu a minha vida por algumas semanas. A imunidade baixou e apareceu tudo que é doença de uma vez só, mas já estou melhorando.

Agora só dói quando eu rio, mas antes doía desde o fio de cabelo até a unha do mindinho do pé.

Daqui a alguns dias estou de volta, quando retomar minha vida.

sábado, 2 de maio de 2009

O amigo - II


Esse post é uma continuação do penúltimo, intitulado O amigo – I.

* * *

Deitados na cama, conversamos sobre tudo. Incrível o clima de intimidade que surgiu entre a gente, talvez maior ainda por não existir entre nós envolvimento emocional. Rimos do pornô fuleiro que estava passando no canal interno do motel, ele zoou do meu cabelo meio molhado e muito assanhado, eu tirei onda dos pés frios que ele tem e dissemos um monte de sinceridades que em outra ocasião não falaríamos.

P. acha que a minha relação com Diana nunca foi equilibrada. Ele contou que via as vezes que ela agia de determinada maneira apenas para me contrariar – eu nunca fui de carinhos efusivos em público com namorado nenhum e me sentia menos à vontade ainda para fazer isso junto dela – e falou ainda que ela se “divertia” com o poder que tinha sobre mim. Isso machucou, fiquei me sentindo uma criatura sem personalidade, mas de fato eu sempre agia como um cachorrinho perto de Diana, só longe dela é que me tornava eu.

A conversa foi longa, com direito à lágrimas de minha parte, não por saudades dela, mas por me sentir mais insignificante que sujeira varrida para debaixo do tapete. Ele veio me consolar e disse que fez tudo para não estragar a noite, mas que tinha conseguido naquela hora. Contou que quando a gente se encontrou no barzinho não esperava que a gente fosse acabar a noite em um motel. Falou que achava que eu iria desistir de transar com ele no último momento, por isso me agarrou daquela maneira para não dar chance que eu fizesse isso.

– Dar prazer à mulher para mim é essencial, o meu próprio prazer fica em segundo plano sempre. Mas com você a minha preocupação quanto a isso é ainda maior, porque quando uma mulher toca uma mulher, ela sabe o que está fazendo. O homem tem apenas uma idéia de como a mulher pode ser tocada, e vice-versa. Nossos corpos são diferentes, precisam de estímulos diferentes, é disso que estou falando. Como você já experimentou o toque de uma mulher, que é perfeito porque é igual a você, eu tinha medo que meu toque imperfeito não fosse capaz de lhe arrancar suspiros. (foi mais ou menos assim que ele falou, como já faz alguns dias, pode ser que eu não esteja sendo fiel, mas acho que dá para entender o que ele falou).

Pôxa vida, e eu querendo fazer um boquete... disse isso e ele respondeu que achava que a última coisa que eu iria querer era essa. kkkkkkk. Mas foi legal porque a essa hora fomos ficando mais animados, até que ele disse: - o menino é todo seu -. Ele nem precisava repetir...

Ele estava deitado na cama de barriga para cima e eu me posicionei de quatro em cima dele. Em vez de ir direto ao ponto, lambi e mordisquei a virilha. Com a língua, fiz o caminho do ossinho da bacia até as bolas, e daí passei para a parte interna das coxas. O pau já tava que tava, com uma gotinha brilhando na ponta. Comecei lambendo de baixo para cima, devagar, para deixá-lo impaciente mesmo. Só depois de um tempo introduzi o membro dele na minha boca, lentamente, para ele sentir as oscilações da minha língua.

Hum, fazia tempo que eu não sentia esse gosto em minha boca. Aquilo me deixou com um tesão... ainda mais ao vê-lo jogando a cabeça para trás enquanto gemia. Por alguns momentos, fiquei fora de mim. Minha boca babava e chupava como se tivesse vida própria. Daí lembrei que eu queria mais, parei alguns segundos e fiquei lambendo as bolas - pensei em descer um pouco mais, só que isso poderia assustar o garoto, e o clima estava tão bom!

Ele colocou a camisinha e deitou, colocando as mãos cruzadas atrás da cabeça. Fiquei de cócoras sobre o pau dele e metia com força. P. levantou a cabeça e ficava olhando seu pau desaparecer dentro da minha boceta. Apoiei os joelhos na cama e fiquei esfregando meus seios na cara dele, enquanto fodia só a cabecinha. Até que, impaciente, me segurou pela cintura e me empurrou com força de encontro ao seu cacete. Enquanto eu fazia o movimento de sobe-e-desce, ele me acariciava os seios. Eu batia uma siririca e não tardei em gozar a primeira vez.

Comecei então a movimentar o quadril para frente e para trás, e o atrito dos pêlos dele no meu clitoris tiveram um efeito fantástico, e em pouco tempo gozei novamente. Ele levantou e ficou de pé na beira da cama, levantou minhas pernas juntas e apoiou no ombro e começou a meter. Eu só fechei os olhos e me entreguei ao prazer.

Diferente de quando se bate uma siririca, que o orgasmo chega quase repentinamente, naquela hora eu sentia um prazer crescente, que vinha de dentro do meu íntimo e aumentava a cada estocada. Eu só conseguia pedir para ele ir mais rápido, até que senti uma explosão de orgasmo - não é exagero, a sensação foi realmente essa, de uma explosão. Depois que essa sensação passou, veio uma outra, de relaxamento e serenidade.

P. continuou a meter, mas pouco depois ele rapidamente tirou o cacete, arrancou a camisinha, e gozou nos meus peitos. Senti vontade de colher as gotas de semem com o dedo e levar à boca, para sentir o gosto e não sei porquê não fiz isso. Ele se jogou na cama ao meu lado, com respiração ofegante, e me beijou.

terça-feira, 28 de abril de 2009

***AMORES ÉBRIOS***


* * *

Abro um parêntese no relato que iniciei abaixo para falar de um evento literário/musical que vai acontecer aqui em Maceió na próxima semana. Um dos participantes é meu amigo virtual Bruno Ribeiro, a quem peço licença para copiar os versos de sua autoria:

"Amores ébrios" não é um poema

Serão

versos de propaganda...

dias, horas... cores acontecendo...

poetas numa cidade de esquecimentos

Mas um lugar resiste
e não este: terreno

"Amores ébrios" de dentro...

(aguardem...)



Sinopse:

Dando continuidade à série de eventos lítero-musicais CAFÉS, ARTES & ARTEIROS, o grupo Arteiros Caetés, em parceria com a livraria Livro Lido, promove três performances poéticas: AMORES ÉBRIOS, em que dialogam algumas das novas vozes da literatura produzida hoje em Alagoas (Brisa Paim, Bruno Ribeiro, Igor Brasa, Milton Rosendo e Nilton Resende); HÓSTIA, na qual Nilton Resende expõe poemas de seu livro O Orvalho e Os Dias; e FRAGMENTOS NO VAZIO, com Cláudia Helena Tavares dando voz a poemas de Cecília Meireles. As performances serão permeadas de números musicais de diversos compositores como Erik Satie, Fernando Brant, Francisco Tárrega, Igor Brasa e Milton Nascimento, interpretados por Sivanrley Menezes, Cia iLtda e Carlos Freixo.

O espaço:

A Livro Lido conta com bar e cafeteria e, além do seu acervo de livros, comercializa filmes, vinis e cds.

Evento:

CAFÉS, ARTES & ARTEIROS

Quando:

7 e 8 de maio, às 18h

Onde:

Livraria Livro Lido

Rua Sá e Albuquerque, 390, Jaraguá

(fone: 32212790)

Descrição:

7/5 – performance lítero-musical Amores Ébrios, com textos de Brisa Paim, Bruno Ribeiro, Igor Brasa, Milton Rosendo e Nilton Resende.

Arranjo Musical: Cia iLtda, com participação especial de Carlos Freixo (Portugal)

Participação: atriz Fátima Farias.

8/5 – performances poéticas:

Hóstia, com Nilton Resende: poemas próprios; direção Nilton Resende

Fragmentos no vazio, com Cláudia Helena Tavares (Penedo-AL): poemas de Cecília Meireles; direção Lúcia Prata

Arranjo Musical: Cia iLtda e Sivanrley Menezes

Entrada franca

Contatos:

Bruno Ribeiro – 91279095 / 99471172

Igor Brasa – 8104-3574

Nilton Resende – 88030016 / 91131720


Para quem estiver na cidade por esses dias, vale à pena conferir, principalmente porque eventos desse tipo são muito difíceis de acontecer. Esses caras e moça tem coisas belas a dizer...

sábado, 25 de abril de 2009

O amigo - I



Por que é que passamos tanto tempo pensando e sofrendo por pessoas que não merecem a nossa companhia, e não temos tempo para estar com aquele amigo que nos faz passar momentos tão alegres? O ser humano é um bicho esquisito mesmo, e às vezes não muito racional, como nesse caso. Ou talvez o problema seja eu, que sou uma amiga desnaturada, mas estou tentando melhorar.

Eu não tenho muitos amigos, embora mantenha uma relação cordial e superficial com muita gente no trabalho, na vizinhança e na academia. Apesar de passar momentos agradáveis com essas pessoas, sempre mantive uma distância de todas elas. Converso sobre o trabalho, o clima, uma receita gostosa que apareceu na televisão, as notícias, tiro uma brincadeira e até falo de mim e da minha família, mas só por alto, assim como também evito me envolver com a vida dessas pessoas. Mas tenho alguns poucos e bons amigos, que ouvem meus problemas e paranóias, me vêem chorar e me aconselham. Hoje quero falar sobre um deles em especial, P., que não via desde o ano passado.

A gente se encontrou por acaso no último sábado numa livraria. Aí veio aquelas cobranças de sempre: "Você nunca mais me ligou!", "Pois é, você também não", e também abraço e beijos afetuosos. Conversamos sobre livros e por causa dele eu comprei A revolução dos bichos, de George Orwell, e eu recomendei Os filhos da meia-noite, de Salman Rushdie, que não tinha na loja. Como ambos tínhamos assuntos diferentes para resolver, marcamos de nos encontrar mais tarde, em um barzinho próximo à casa onde ele mora.

No final da tarde, quando nos reencontramos, ele cheirava a cravo e tinha os cabelos ainda molhados. P. já sabia do fim do meu namoro com Diana e me disse que a encontrou junto de umas pessoas bem diferentes das quais costumávamos andar. Entre as histórias ilárias que ele relata, contei pra ele como foi que tudo acabou e de como tenho oscilado entre a solidão e a liberdade.

A conversa aos poucos mudou de rumo e chegou ao tema sexual. Ele perguntou se sou mesmo "100% lésbica", aí eu expliquei pra ele que desde que conheci Diana não me relacionei com outros homens. No decorrer do papo percebi que ele estava a fim de transar comigo. Realmente ele foi chegando pelas beiradas até que perguntou se eu não sentia mesmo tesão por homem.

-Não sei. Você está a fim de me testar? - falei.

Ele ficou sem jeito, mas disse que já havia "imaginado" estar entre Diana e eu numa cama. Foi logo explicando que não era uma fantasia marchista:

- Não é que eu queira mostrar que sou o fodão, capaz de satisfazer duas mulheres ao mesmo tempo e ainda convencer duas lésbicas a gostarem de homem. É que acho mesmo muito excitante duas mulheres se pegando, e você e Diana são tão lindas... não pude resistir.

- Mas você não me respondeu, quer me testar ou não?

Ele botou uns olhões arregalados para cima de mim e perguntou o que eu estava realmente propondo para ele. Eu respondi que a fantasia que incluía Diana estava um pouco difícil de acontecer, mas eu estava ali.

Ambos estamos disponíveis, por que não? Tanto ele quanto eu estávamos cientes dos nossos sentimentos um pelo outro, então partimos para um motel. E não é que na hora fiquei tímida? Estava excitada mas não sabia o que fazer. Quando fechei a porta da suíte, ficamos alguns constrangedores segundos nos olhando em silêncio até que eu disse que gostaria de tomar uma chuveirada antes, e segui para o banheiro.

Eu já estava quase arrependida de ter ido para lá. Entrei no chuveiro de costas para o janelão que dava para o quarto, por isso não percebi quando ele se aproximou. Nu, P. entrou de repente no banheiro, me empurrou contra a parede. Segurou com força a minha nuca enquanto me dava um chupão no pescoço, com a outra mão, foi invadindo o meu clitoris. No susto, tentei até me desvencilhar, mas então o tesão tomou conta de mim.

Segurei o rosto dele em frente ao meu e lhe beijei na boca. Ele continuou batendo uma siririca um pouco desajeitada, mas eu sentia crescer o pau dele pressionado contra minha barriga - ele é uns 10 centímetros mais alto que eu. Segurei sua mão e mostrei para ele como gosto de ser tocada, com dois dedos massageando o clitoris com movimentos circulares com uma pressão não muito forte. P. aprendeu direitinho e percebeu pelos meus gemidos o momento em que tinha que movimentar os dedos mais rápido e com mais força. O orgasmo me tirou o fôlego, mas mesmo assim peguei sua mão e lambi o mel nos seus dedos, depois o beijei na boca para compartilhar o sabor.

Enxugamos nossos corpos e fomos para a cama. Vendo aquele pau duro na minha frente, a minha primeira vontade foi de chupar, mas P. não deu tempo. Ele pensou que como fazia tempo que eu não transava com um homem, ele tinha que "caprichar" nas preliminares para evitar que eu desistisse no meio do caminho, como me contou depois. Fez com que eu deitasse estendida sobre a cama e me beijou. Seus beijos continuaram pelo meu queixo e pescoço. Com as duas mãos, ele juntou meus seios e lambeu o vale formado entre eles.

Colocou os dedos na entrada da minha boceta e depois levou-os à boca. Voltou a esfregar meu clitoris enquanto sugava meus seios, um após o outro. Percebendo a minha excitação, começou a foder minha boceta com o dedo. Quando eu estava quase gozando pedi para ele me penetrar. Ele logo botou a camisinha, e eu falei que queria sentar no cacete dele. P. se recostou nos travesseiros e eu me ajoelhei de frente com cada perna de um lado do corpo dele. Botei o cacete na entrada da minha boceta e desci devagar, sentindo centímetro a centímetro o pau invadir meu corpo.

Comecei a fazer os movimentos de sobe-desce lentamente, enquanto com uma das mãos eu estimulava o meu clitoris. Num primeiro momento, P. ficou apenas "assistindo", mas pouco depois me segurou pela cintura e começou a fazer movimentos fortes. Eu me inclinei para a frente e deixei meus seios ao alcance de sua boca. Coloquei-me de quatro e ele começou a meter, enquanto eu batia uma siririca. Gozei sentindo as mãos dele me puxando pelo quadril. Nessa mesma posição, ele continou metendo até gozar.

Ele deitou ao meu lado e me beijou. Mesmo exausto, passou as mãos em meus cabelos e perguntou se havia me desapontado. Respondi que foi ótimo e me aconcheguei no peito dele. Fiquei ouvindo seu coração recuperar o fôlego enquanto ele me fazia cafuné.

* * *

Continua...

terça-feira, 7 de abril de 2009

A estagiária

"Femme a la colombe", Tamara de Lempicka

Passei esse tempo sem escrever porque queria entender o que está acontecendo comigo. Não sei se é o começo de uma boa amizade ou de uma paixão. Acho que não estou preparada para me apaixonar de novo, ainda mais por uma menina heterossexual e bem mais nova que eu.

Há pouco mais de um mês, essa estudante universitária passou a estagiar na empresa que trabalho. Ela não é a primeira estagiária que aparece por lá, mas desde o primeiro momento eu senti afeto por ela, talvez por causa do interesse em aprender, ou pela insegurança no agir, me fazendo lembrar a mim mesma no começo da carreira. Acabei me tornando uma espécie de tutora dessa estagiária, porque sempre explico pacientemente todas as dúvidas que ela tem.

Isso fez com que nos tornássemos mais próximas. Almoçamos juntas algumas vezes, ela falou sobre seus planos para o futuro e sobre o namorado. Eu me mantive reservada sobre minha vida pessoal, porque tudo o que eu não queria era falar de Diana, mas contei as dificuldades que passei quando vim de Natal para cá, sem conhecer quase ninguém. Mas como corria à boca pequena que esse meu relacionamento com Diana era mais que simples amizade, talvez ela suspeite, não sei.

Ao final do expediente, depois que já terminei as tarefas e estou organizando a mesa, atualizando a agenda ou verificando algo que preciso fazer no dia seguinte, gosto de ligar uma música baixinho. Na semana passada, eu estava ouvindo Yamandu Costa. Ela não conhecia o som do violonista e eu ofereci meus fones para ela ouvir melhor o som do meu computador. Foi então que veio absurdo: convidei-a para vir ao meu apartamento e eu lhe apresentaria outros discos do Yamandu.

Não sei porque eu fiz isso, até hoje tento entender. Eu podia simplesmente dizer que iria gravar para ela os discos que tenho. Pensei que ela fosse ignorar o convite, mas na quarta-feira ela me perguntou se ainda estava de pé, porque naquele dia não teria aula na faculdade e o namorado havia viajado. E eu disse que sim.

Foi uma noite ótima. Yamandu Costa, Paulinho da Viola, Amália Rodrigues, um cabernet sauvignon El Portillo e o ótimo humor da estagiária fizeram com que me divertisse como há muito tempo não acontecia. Quando ela foi embora, deixou fantasias em minha cabeça.

Ela é uma mulher solar, de cabelos castanhos claros e face um pouco bronzeada. Os óculos envelhecem um pouco o rosto de menina, e eu gostei dos lábios cobertos apenas por um gloss transparente. Deve ter gosto de fruta o beijo dela. O pescoço longo convida a longos beijos, e depois que ela se foi, já na madrugada, deixou impregnado em mim um cheiro de cravo, denunciando as últimas notas do seu perfume.

Não quis ir tomar banho logo, preferi ficar sentindo ainda a presença do perfume dela - estou lendo "O Perfume", de Patrick Sussekind, talvez seja por isso eu esteja tão atenta aos cheiros. De olhos fechados, imaginei o quão macio poderia ser o toque das mãos dela em meu corpo. O gosto de fruta de seus lábios molhados, com a língua fazendo movimentos moles e cadenceados dentro de minha boca. Sem pressa e com as bocas ainda coladas, desnudando e descobrindo o corpo uma da outra. Os seus pequenos seios alvos, quase juvenis, devem trazer uma pinta próximo a areola rosada, que se arrepia entre meus lábios.

Em um ambiente perfumado com especiarias, tudo aconteceria de muito devagar, como se fosse em câmera lenta, e com o silêncio interrompido apenas por susssuros e fracos gemidos. Nuas e sentadas de frente uma para a outra, nossos corpos trocam calores enquanto eu saboreava o sabor de sua pele.

Colocava a pequena sentada sobre minhas pernas cruzadas de costas para mim. Acomodaria a cabeça sobre meu ombro, deixando sua orelha, pescoço e colo ao alcance da minha boca. Escorregaria as pontas dos dedos pelas laterais do seu tronco para sentir sua pele arrepiar. Cobriria todo o seio com uma das mãos, e com a outra desceria pelo corpo até sentir uma penugem úmida e depois até a molhada fenda.

Levaria então os dedos à boca, para sentir seu gosto. Voltaria a estimular o clitoris até sentir seu corpo ondular sobre o meu. Ela se deitaria sobre a cama e eu me colocaria entre suas pernas abertas. O primeiro toque de minha língua faria sua boceta estremecer, mas depois se ofereceria como flor desabrochada e pistilo avermelhado para eu colher seu nectar. Empurrando delicadamente minha cabeça entre suas pernas para eu colher mais fundo e mais fundo o seu mel.
Acabei a noite batendo uma siririca no banheiro e depois outra na cama até que adormeci.

domingo, 5 de abril de 2009

Resposta


(Tamara de Lempicka)


Eu gostaria de responder diretamente ao destinatário, um nobre e católico (digo isso sem ironia) advogado, que fez uma análise pessoal sobre este blog e as histórias que contei aqui. Mas como o comentário dele não veio com endereço para que eu pudesse mandar a resposta, e como no próprio texto ele deixa entrever que posso divulgar suas palavras, então resolvi usar esse espaço para responder ao que ele disse sobre o BIL.

Para entender a história toda: recentemente fiz um comentário no blog do advogado, em que ele opina sobre política local e nacional, e a partir daí ele visitou o meu e fez as considerações a seguir.

Bárbara, li o seu blog com atenção. Não é recomendado para menores de 18 anos, é certo; tampouco para quem está na quaresma e deseja se santificar. Mas o seu texto é muito bem escrito, sem dúvida. Muito bom gosto, sensualidade, criatividade... Parabéns. Você não está se desnudando, mas a personagem que você criou para a internet - e pouco importa que sejam suas as experiências vividas, elas se apresentam por meio de uma personagem que lhe encobre a face e as vergonhas todas - lhe mostra em belas e tórridas cenas. Há uma mulher em chamas. Há também uma mulher carente, profundamente carente. Bem, esse e-mail é de caráter pessoal. Mas você faz o que quiser com ele. Preferia que ficasse só para você, mas ao apertar o enter, foi ele para o mundo, como dizia a poesia de Pessoa. Pertence agora à destinatária.

Antes de qualquer coisa, preciso dizer que considero que toda crítica é construtiva, com exceção daquelas que tem o objetivo de depreciar aquele que é criticado. Assim, apesar de não concordar com tudo do que está escrito aí acima, agradeço pelas palavras do advogado. Se ele se deu ao trabalho de comentar o que achou do blog, é porque ele sentiu algum tipo de afeto (bom ou mau) por mim, então meu agradecimento é a mínima retribuição que posso oferecer, afinal ninguém se dá ao trabalho de ler algo que considera pouco interessante ou simplesmente insensato, não é mesmo?

Ele tem razão quando fala que não é recomendável que menores de 18 anos leiam o que tem aqui. No banner do Blogger, no alto da página tem o link Sinalizar blog, em que qualquer leitor pode clicar para classificar o blog como impróprio. Quando comecei a fazer relatos picantes, sabia que a qualquer hora, quando fosse entrar na página, estaria o aviso lá, dando a opção para a pessoa entrar ou não na página. Bem, até agora ninguém clicou. Mesmo assim vou colocar um aviso na parte superior do blog.

Novamente entro na discussão do anonimato, esse pseudônimo que criei tem sim a finalidade de esconder a minha face no mundo real, em compensação, mesmo assim estou me desnudando. Com o nome de Bárbara, posso dizer o que não falaria de jeito nenhum como ****. Mas quem não cometeu atos, ou apenas desejou coisas inconfessáveis? Este blog é meu diário, como tantos outros que já cultivei, e fico lisonjeada quando qualificam como bem escrito e de bom gosto. Nem todos acreditam na veracidade do que é dito aqui, acho que por não conhecerem o meu rosto, mas eu não posso pegar ninguém pelo ombro e dizer: é verdade, viu? Cada pessoa acredita no que lhe apetece.

Não se trata de simples pudor, mas é muito difícil ser diferente. O que muita gente qualifica como doença, safadeza, falta de caráter ou promiscuidade, na verdade é algo normal, e é isso que tento mostrar quando escrevo relatos tórridos. Assim como um homem e uma mulher se apaixonam e se amam, pode acontecer o mesmo com duas mulheres, ou dois homens, mesmo que seja contra a natureza ou religião. Embora a pessoa possa optar se vivencia ou não uma paixão homossexual, não pode simplesmente optar por não sentir essa paixão pela pessoa do mesmo sexo. Isso independe da vontade.

Se sou carente de valores morais... bem, creio que meu modo de pensar ou agir não prejudica ninguém. Preciso sim sentir que sou uma boa pessoa – por isso fico contente com a atenção dos leitores desse blog – apesar de ser “diferente” do que a sociedade prega como normal. De amor eu sou carente. É triste a pessoa ir deitar toda a noite e levantar toda a manhã sem ter uma paixão que conduza sua vida. Sinto falta de um afago na hora de dormir, da alegria espontânea só por estar próximo da pessoa amada e de saber que sou fonte do sorriso de alguém.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Encontro inesperado


Ela me viu e fez que não viu.
Eu a vi e também desviei o rosto.
Mas eu sei e ela sabe,
Nossos corações bateram em agonia.

Eu sabia que mais dia ou menos dia isso iria acabar acontecendo, frequentamos os mesmos lugares e temos alguns amigos em comum, mas eu não esperava que nossa reação fosse assim. Fui almoçar no shopping, e enquanto caminhava olhando as vitrines, vejo Diana descendo as escadas rolantes bem na minha frente.

Nossos olhos se cruzaram por uma fração de segundo, mas o suficiente para que nós duas percebêssemos o efeito que esse encontro inesperado causou em ambas. Estremeci, mas virei as costas e entrei na loja que estava na minha frente. Depois de perguntar o preço de uma peça qualquer, me voltei para fora e não a vi mais.

Em flashback lembrei de vários momentos bons e ruins que tivemos juntas. Mas apesar do meu coração ter batido mais forte, estou convicta de que nossa história acabou. Estaria mentindo se dissesse que não sinto saudades, tem noites que a cama parece grande demais, mas uma vez que ela saiu de minha casa não existe mais retorno.

Não acredito nesses relacionamentos que vão e voltam, porque se não dar certo da primeira vez, na segunda as chances são ainda menores. Diana é passado.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Outro toque íntimo

As lembranças que me vieram à cabeça a partir do que escrevi no último post me deixaram acesa. Fui tomar um longo banho frio, não para apagar o "fogo", mas para refrescar mesmo e porque esse ritual faz com que me sinta bonita.

Pego meus "apetrechos" e levo para a cama. Escolho um CD da Nina Simone e ligo o som baixinho. Fecho a cortina e tiro o roupão. Escolho um hidratante bem cremoso, que faz minhas mãos escorregarem pelo corpo. Começo pelas pernas, bumbum, barriga e dou atenção especial aos seios, deixando meus mamilos entumescidos. De olhos fechados, Nina parece estar cantando "I loves you Porgy" ao meu ouvido.

I loves you Porgy
don't let him take me
don't let him handle me
and drive me mad
If you can keep me
I wants to stay here
with you forever
and I'll be glad

I loves you Porgy
don't let him take me
don't let him handle me
with his hot hand
If you can keep me
I wants to stay here
with you forever
I got my man

Não imagino nem penso em nada enquanto me toco. Sou apenas pele e arrepio.

Deitada na cama, minhas mãos continuam acariciando os seios, ora de leve, ora com mais força e torcendo delicadamente os mamilos. Entre as pernas, eu já sinto que um pouco de mel escorre entre as minhas coxas. Pressiono e esfrego as coxas uma contra a outr até ficar completamente molhada. Coloco os dedos na boceta e depois lambo para sentir meu próprio gosto. Começo a friccionar os dedos vagarosamente no clitóris, alternandos movimentos circulares e de um lado para outro. Gradualmente o ritmo do movimento vai aumentando até que sinto ondas dentro de mim me inundando de prazer.

Mantenho a mão no clitóris e dentro de mim ainda sinto o pulsar do orgasmo. Enfio o dedo médio dentro da boceta e começo os movimentos de vai e vem. Enfio mais um, e outro e ainda outro, até me sentir completamente preenchida. Pego o vibrador, que tem um coelhinho na base e começo a me penetrar. Viro de costas, como se estivesse sendo comida por trás e com o coelhinho apontando para meu cu.

Com a potência máxima do vibrador, enfio tudo e esfrego rapidamente os dedos no grelo. Dessa vez o gozo é mais selvagem, não consigo controlar os gemidos e depois fico com as pernas moles. Permaneço deitada na cama, ainda escutando Nina, e adormeço nua.

domingo, 29 de março de 2009

Toque íntimo


Antes de crises de consciência, eu passei bons momentos com T. Quem acompanha o blog há algum tempo ou leu os posts anteriores conhece um pouco de minha história com ele, que aconteceu bem antes de eu ultrapassar os portais para lesbos e que foi determinante para a minha vinda de Natal para Maceió. Apesar do sentimento de culpa que aconteceu depois que conheci a esposa e filho dele - desde o começo eu sabia que ele era casado e no começo eu não sentia remorso algum por isso, acho que por não ter noção de que eu podia destruir uma família apenas para extravazar meu tesão - vivemos dias tórridos.

Agora sozinha em meu quarto, é a lembrança desses momentos que evoco enquanto me masturbo. Na última vez que nos encontramos, quando eu estava passando férias em Natal no começo do ano, ele quis um revival do tempo em que éramos amantes. Ele disse que não me esqueceria jamais porque "ninguém havia o tocado tão intimamente" quanto eu. Eu resisti à tentação, mas mesmo assim Diana ficou com ciúmes. Mas agora posso falar sobre ele.

Tudo começou meio sem querer numa vez que fomos a um motel. Ele estava deitado de barriga para cima na beira da cama. Eu estava de joelhos no chão e fazia um boquete bem molhado. Enquanto batia uma punheta, sugava as bolas, uma de cada vez. Dei uma lambida do saco até o cacete, e T. soltou um gemido abafado. Continuei lambendo o saco, e cada vez que eu começava a lamber mais embaixo, percebia pelos gemidos que ele estava gostando mais, até que cheguei àquela região entre o saco e o ânus.

- O que você está querendo aí? - Ele levantou de repente e perguntou.

Ora, eu estava apenas seguindo o caminho do prazer dele, eu expliquei.

- Mas eu não sou veado não, tá me entendendo?

Diante da exaltação do rapaz pretendia deixar aquelas carícias para lá e continuamos a transar, mas ele não sabia o que tinha me provocado. Na vez seguinte que ficamos juntos, recomecei o jogo, lando longas lambidas do saco até o cacete. Ele entendeu o recado.

- O que você quer exatamente?

- Te fazer gemer - respondi.

- Lá?

- Por que não? Você já fez isso antes?

- Não! Claro que não!

- Então como pode saber se é ruim ou bom?

- Sei porque não sou veado.

- Mas isso não faz de você um veado... está bem então, se você não quer, então não vai rolar.

- Peraí, tudo bem. Mas se eu não gostar, você para, tá?

Voltei ao cacete dele, sem responder. Com a boca, acompanhava o movimento de vai e vem da punheta que batia. Percebi que ele estava ansioso para eu lamber o cuzinho dele, mas continuei o boquete. Fiquei passando a língua no saco e na virilha, enquanto sorria perversamente. Ele estava deitado, mas com as pernas para fora da cama. Ajoelhada no chão, eu tinha na minha frente toda a região do cu ao cacete. Depois de enfiar meus próprios dedos na boca e deixar a mão bem salivada, comecei a bater uma punheta devagarinho, enquanto lambia o saco. A cada lambida, eu começava mais embaixo, até que cheguei perto da abertura do cu. Ele já estava completamente entregue às minhas carícias.

Daí levantei a cabeça e perguntei se ele queria que eu parasse. Ele respondeu empurrando a minha cabeça entre suas pernas. Abri um pouco a bunda dele e visualizei o buraquinho. Comecei a movimentar a minha língua ao redor das preguinhas, e T. respondia ao toque gemendo alto. Eu continuava batendo punheta até que enfiei a língua dentro do cu dele. T. estremeceu e eu, de tanto tesão, já encharcava as pernas. Enquanto uma das minhas mão continuava a punheta, com a outra comecei a bater uma siririca até que gozamos praticamente juntos.

Depois que acabou, ele ainda chegou a dizer que não queria mais, que aquilo não estava "certo". Eu não queria ferir a masculinidade de T., então concordei, apesar de ter deixado bem claro o quanto gostei do cuzinho dele. Como ele também gostou, então tudo se repetiu na vez seguinte, e na outra, e na outra...

Só de escrever tudo isso e de lembrar como fomos evoluindo das linguadas até eu fodê-lo com um vibrador, está me deixando molhada de novo. Acho que vou parar de escrever um pouquinho e já volto.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Presente para mim



Ganhei um presente magnífico hoje. De tanto trabalhar durante a semana, terminei as tarefas mais cedo hoje. Cheguei em casa com o dia claro ainda e quando olhei pela janela, recebi um convite irresistível. Desci para o calçadão e fiquei absorvida pelas cores do entardecer. Sentei no chão e esfreguei meus pés na areia, apreciando uma das maiores obras da natureza. As nuvens imitavam o mar formando cascatas no céu, e o mar reluzia prateado ante os últimos raios de sol.

Meus olhos se fecharam para algumas pessoas que passaram na minha frente e meus ouvidos não escutavam o barulho do trânsito na avenida atrás de mim. Havia somente o céu, o mar, e eu. Dentro de mim, a paz veio em ondas mansas, que uma após outra, foram enchendo o vazio de serenidade e sossego. Fiquei sentada na areia até o céu não conseguir enxergar a linha do horizonte, devido à escuridão.

Sou outra pessoa agora.




PS: Tem uma foto no blog do Léo Villanova (www.leovillanovablog.blogspot.com) nomeada Hora de voltar para casa - Pontal de Coruripe que eu queria ter colocado aqui, mas como podia demorar até eu mandar e-mail e ele responder se autorizava eu colocar essa foto dele aqui, resolvi botar essa imagem que achei no "santo" google, que não sei de onde é e nem é tão boa quanto a dele...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Eu podia estar choramingando pelos cantos, mas sejamos francos, o que podia ser melhor que um pé na bunda para fazer a gente mudar de hábitos? Entrei na academia e estou pensando em pintar os cabelos numa tonalidade de vermelho. Passei uns dias me sentindo pior que lixo logo no começo, mas aí ontem, na volta de uma caminhada pelo calçadão, resolvi parar numa padaria antes de voltar para casa. Eu estava desarrumada, com uma camisetona, cabelos presos e um pouco suada, mas teve um cara que ficou me paquerando.

Quando eu percebi que ele estava me olhando, antes de levar as compras para casa, resolvi tomar um suco. Acho que ele entendeu e se aproximou de mim, com a desculpa de que as outras mesas estavam ocupadas. Ele viu que eu também carregava uma revista e a partir daí puxou assunto, e ficamos um tempo de papo. Daí meu telefone tocou e eu usei isso como pretexto para ir embora. Ele pediu o número do meu telefone, mas eu não dei, então ele me passou o dele, que está escrito no canto da revista que eu havia comprado, mesmo assim eu não vou ligar. Esse cara não imagina o bem que ele me fez, mas nem passa pela minha cabeça me envolver com outra pessoa agora, seja mulher ou homem.

O número do telefone dele continua comigo, às vezes dá vontade de ligar só para agradecer por ter levantado minha auto-estima.

Como vocês puderam ver desde o domingo, o blog está um pouco diferente. Gostei desse layout quase branco, remete à alegria e serenidade, coisas que quero para a minha vida agora. Não sei se Bárbara na Ilha de Lesbos continua a ser um nome apropriado, mas pelo menos por enquanto, é assim que vai continuar (... mas aceito sugestões). Não sei se os relatos picantes irão continuar (embora eu tenha vivido muita coisa). Mas eu continuo aqui, isso eu garanto.

Em alguns dias, espero ter mais novidades.

terça-feira, 17 de março de 2009

Juntando os caquinhos

(Betsy Cameron - Há sempre um amanhã)

Estou despedaçada. Comecei a juntar meus caquinhos, mas não tenho certeza ainda se vou conseguir juntar todos os pedacinhos de meu coração de novo. "Eu preciso aprender a ser só", repito isso para mim a toda hora, mas essa é uma lição dura de aprender.

Todo mundo já passou por isso - e para mim não é a primeira vez - mas às vezes tenho a sensação de que esse vazio não vai acabar nunca. Diana não está mais comigo. Tudo agora é silêncio fora e dentro de mim. De tanto chorar, meu pranto agora é sem lágrimas, e minha alma está de luto, porque um pedaço de mim morreu. Precisei ficar afastada do blog para não deixar que a angústia ou o ódio tomassem conta de minhas palavras. Era possível que escrevesse coisas das quais me arrependesse depois, por isso preferi o silêncio.

Continuo ainda muito triste, mas tenho convicção de que a separação foi o melhor para nós duas. Apesar de ter evitado demonstrar e até mesmo pensar sobre isso, a relação entre nós duas já não vinha equilibrada há muito tempo. E a culpa por isso não era dela não, foi minha mesmo. Na minha visão, um relacionamento equilibrado é um exercício de concessão e compensação. Ou seja, na hora de tomar decisões, em que ambos tem opiniões diferentes, um precisa ceder à vontade do outro, mas será compensado mais tarde, em outra ocasião. Só que eu sempre cedia a tudo, e nunca era compensada por isso.

O resultado é que pequenos gestos de indiferença ou falta de atenção no dia-a-dia acabaram desgastando o laço que nos unia. Um dia, o encontro para almoçar não dá certo porque perdeu tempo batendo papo com um colega do trabalho, outro, "esquece" que havíamos combinado cinema e aceita convite para sair com o pessoal, um pouco depois durante uma conversa, percebo que está voando sem prestar atenção em mim. Isso só para citar alguns exemplos. Por muito tempo, eu relevei tudo isso já que na horizontal, nossos corpos estavam em sintonia, mas depois eu percebi que nossas almas não estavam.

E se tem uma coisa que eu não abro mão é de receber carinho na mesma proporção que concedo. Não aceito menos amor do que eu consigo dar. Compreendo que as pessoas tem maneiras diferentes de expressar os sentimentos, eu sou uma pessoa contida em público, mesmo assim Diana nunca deixou de ser o centro de minhas atenções onde quer que eu estivesse, embora eu fosse apenas um coadjuvante. Em vez de companheiras, a sensação é de que havíamos nos tornado mãe (eu) e filha (ela). Eu estava sempre cuidando das coisas para o bem-estar, mas quando precisei de ajuda, não a tive.

Por fim, houve uma conversa franca, muitas lágrimas de ambas as partes e a constatação de que era melhor dar um tempo, ou terminar, que é a mesma coisa. Então vieram brigas ao telefone e pessoalmente, e eu saí de casa quando ela veio buscar as coisas dela. Depois deixei com o porteiro e mandei mensagem para o celular para ela vir buscar na portaria o resto das coisas, porque ela teve a infantilidade de deixar todas as coisas que dei de presente para ela no período que ficamos juntas.

Isso já faz uns dias e não nos falamos mais. Esse é o final (infeliz) da minha história com Diana. Passei alguns dias achando que seria o final da minha vida também - eu tenho o defeito de ser trágica - mas hoje, mesmo ainda muito triste, vejo que só há uma alternativa, continuar vivendo, que com o tempo se encarregará de curar as feridas que restam, como já fez outras vezes em minha vida.

Quero agradecer a todos que apareceram por aqui durante esses dias e deixaram palavras de carinho. Nas horas mais difíceis é bom perceber que algumas pessoas se preocupam comigo. Obrigada a todos pelas palavras de força e incentivo. Quando eu era criança e no meio de uma brincadeira eu acabava caindo no chão, ouvia de minha mãe: "é para crescer". Isso sempre me consolava e me consola até hoje.

Minha jornada continua. Foi apenas um capítulo que acabou.

domingo, 8 de março de 2009


PRECISO APRENDER A SER SÓ

Composição: Marcos Valle/Paulo Sergio Valle

Ah, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
E sem nós dois o que resta sou eu
Eu assim tão só

E eu preciso aprender a ser só

Poder dormir sem sentir teu calor
E ver que foi só um sonho e passou

Ah, o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem

É tão triste, vê

Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor

segunda-feira, 2 de março de 2009

Ainda estou por aqui

Desculpem-me a falta de notícias, de uns dias pra cá não estou muito bem. Os problemas externos são pequenos diante dos conflitos internos pelos quais estou passando atualmente. São coisas que talvez eu conte aqui depois, mas por hora eu preciso organizar meus pensamentos, organizar minha vida.

Não sei quanto tempo vou ficar longe, se será por uma semana ou mais (eu espero que menos). Só queria prestar uma satisfação a todos vocês, importantes amigos que fiz nesse meu início de jornada.

Não esqueçam de mim, que não esquecerei de vocês.

Beijos

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Deixando as máscaras caírem

(www.pintodamadrugada.com.br)

Engraçado, foi usando uma máscara que me senti mais livre do que nunca. Acho que fui contaminada pelo espírito do Carnaval nesse fim de semana. Toda a pessoa que coloca uma fantasia - seja as elaboradas que custaram três dígitos ou como a do cara que enfiou um monte de garrafas de refrigerante nas pernas e nos braços - perde o medo do ridículo e manda às favas as convenções da sociedade. Lógico que existem algumas pessoas que estão ali para aparecer, mas é possível notar que muita gente estava ali vivendo a sua fantasia. No meio de homens das cavernas, piratas, fadas e palhaços, me senti livre. Foi usando uma máscara que deixei que caísse todas as minhas.


"A felicidade do pobre parece
A grande emoção do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra viver a fantasia
De rei ou de pirata ou de jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim"

(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

Estou feliz hoje. Esse fim de semana foi maravilhoso, apesar de ter me deixado com algumas marcas na pele, por causa da quantidade de tempo de exposição ao sol. Mas como é que eu poderia lembrar de passar bloqueador solar, algo tão pequeno ante à minha alegria de pular frevo junto de Diana, nós duas fantasiadas de diabinhas? A minha alegria era tamanha que se traduziu em energia, tinha hora que em vez de pular, eu saía correndo puxando Diana pelo braço, que já estava preocupada achando que eu estava “alegrinha” por causa de uma única caipirosca que tomei.

Tentei fazer um passo de frevo e me estabaquei com a bunda no chão, e ri de mim mesma. Um estranho me ajudou a levantar e disse, “continua pulando que a dor passa”. A queda quebrou um pouco do meu ritmo, a região do cóccix ficou doendo, mas passou que eu esqueci. Brinquei com pessoas que não conhecia e beijei na boca. Beijei sim a Diana. Estávamos lado a lado, ela com o braço no meu ombro e eu com o meu em volta da cintura dela. Puxei-a pra junto de mim e dei um beijão. Ela me olhou com cara de assustada e eu cai na gargalhada (juro que eu não estava bêbada, tomei só uma caipirosca mesmo, com aquele calor todo eu só bebia água ). Tinha um grupo de pessoas no nosso lado que ficou olhando, eu virei e disse:

- Tem nada não. Na verdade ela é homem, e já está fantasiado para sair nas Pecinhas.

- Mentira. Ela é que homem. Quer ver? – a Diana falou, enquanto levantava um pouco meu vestido vermelho.

Puxei a mão dela e saímos às gargalhadas daquela multidão. Estávamos perto do meu prédio e corremos para lá. Como eu já havia feito um ato louco, ousei pela segunda vez (pelo menos para os meus padrões). Em vez de subirmos para o apartamento, fomos para a garagem e atrás de uma pilastra começamos a nos agarrar. Eu comprimia o corpo de Diana contra a parede enquanto nos beijávamos freneticamente, o calor e o suor ajudaram a impregnar o ar com cheiro de sexo, e Diana gozou em meus dedos. De repente a porta da garagem se abriu e entrou um carro, ficamos imóveis, escondidas, e por sorte foi estacionado um pouco distante de onde estávamos. Depois que ficamos novamente sozinhas, deixamos a garagem e voltamos para a avenida.

Acompanhamos o desfile do Pinto da Madrugada até o final. A alegria era maior que o calor, a fome, o cansaço. O som da banda de fanfarra, quando tocava uma marchinha conhecida, era o alimento para eu e uma multidão continuar pulando sob o sol do meio-dia.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Carta para Carlos

(Davi, alegoria que representa a vitória da justiça contra a força bruta)*


Quando eu comecei esse blog, eu não imaginava que ele iria dar o que falar. Aliás, nem mesmo eu sabia que ele acabaria tomando outros rumos diferente do que eu pensava no começo. A intenção era mesmo falar de mim e de minha sexualidade, não exatamente relatando o que acontece entre Diana e eu dentro de quatro paredes.

Ter uma opção sexual diferente da maioria das pessoas é barra pesada difícil de suportar, principalmente se você vir de uma família como a minha, de valores tradicionais - ou melhor dizendo, arcaicos. Apesar de não ser mais uma adolescente, eu vivo as minhas crises de identidade, vario entre o contentamento de ter Diana ao meu lado e o temor do preconceito contra as pessoas homossexuais.

Por incrível que pareça, acho mais fácil ser gay do que lésbica, mas também não estou na pele de um gay para saber disso. Por mais que a sociedade tenha aversão à demonstrações de afeto entre homens - o que entre mulheres é visto como algo sensual em alguns circulos - é mais difícil para a sociedade aceitar que uma mulher não precisa abrir as pernas para um homem para ser feliz.

Acredite, Carlos, somente as pessoas com quem tenho maior aproximação tem certeza absoluta de que sou lésbica. No trabalho tem algumas pessoas que desconfiam, porque estou sempre com a Diana à tiracolo, que já teve namoradas antes de mim. E só por isso já ouvi coisas horríveis, tipo: "você é mal amada", "precisa de uma pica de verdade", sem contar algumas poucas vezes que apareceram homens dispostos a pagar pra ver "duas mulheres se pegando, e depois mostrar o que é bom de verdade".

Lógico que na hora eu fico puta de raiva, mando tomar naquele canto e o escambau. Mas depois é como se essas ofensas ficassem se repetindo em minha cabeça. Então às vezes acho que no fundo, no fundo, eu tenho a mesma índole arcaica dos meus pais, e não consigo me aceitar como sou. Diana já tirou de letra situações bem piores do que essas que eu já passei, e quem perguntar se ela gosta de meninos ou meninas, ela responde sem titubear que gosta mesmo é de meninas.

Vai ver que na verdade não sou totalmente lésbica. Eu não me visto como homem, tenho horror a ficar cabeluda (mulher devia mesmo ter cabelo somente na cabeça e nas sobrancelhas, todo o resto serve apenas para causar sofrimento diante de depiladoras sádicas), e da mesma maneira que gosto de mulher, também gosto muito de ser mulher.

No primeiro post que conta uma transa entre Diana e eu, tive a intenção apenas de descrever um momento legal. Achei que o texto ficou massa, bem escritozinho e detalhado. Pelo jeito, os leitores também gostaram, rsrsrs. O que tem demais em ser uma mulher safada? Eu gosto de pornografia, sou fissurada em cu e acho que no sexo como na vida, vale tudo para ofertar e sentir prazer. Gosto muito de escrever, desde a minha adolescência eu mantive diários e o blog é mais um deles. Sempre me esforcei para escrever bem também, mas não sou perfeita.

Carlos, Quer dizer que seu lado safado é exatamente como meu blog, é? rsrsrs Não deixo de ficar lisongeada em saber que algumas pessoas achem que eu sou você, porque te admiro muito pelo que você escreve e também pelo pouco que a gente se conhece através dessa troca de emails. Mas eu não sou L. V. ou nenhuma pessoa que você conheça na vida real.

Aliás, se eu não tivesse começado a expor meu lado safado e as intimidades entre Diana e eu, era possível que me revelasse nesse espaço.

Mas, "Cala a boca, Bárbara!"

* * *
A imagem de Davi é uma homenagem para Carlos, que é o destinatário dessa mensagem que enviei em 8 de fevereiro de 2009. Apesar de conhecê-lo apenas na blogosfera, é um cara com quem me identifico muito. A gente vem trocando e-mails nos últimos dias e ele fala que algumas pessoas pensam que ele é o autor desse blog. Mas como ele mesmo diz, "todo mundo tem um pouco de Bárbara".